• Casa sustentável

  • 17/06/2018 08:00

    Uma habitação pode ser considerada sustentável quando a adequação ambiental, a viabilidade econômica e a justiça social são incorporadas em todas as etapas do seu ciclo de vida, ou seja, desde a fase de concepção, construção, uso e manutenção; até, possivelmente, em um processo de demolição. Uma habitação sustentável traz uma série de benefícios, como a minimização do uso de recursos naturais e da geração de poluição, o desenvolvimento da economia local e a formalidade nas relações de trabalho, além do aumento da eficiência no uso de recursos financeiros na construção e valorização do imóvel pelo mercado.

    O projeto de habitação sustentável deve iniciar-se já na fase de concepção, na qual há maiores chances de intervenção com foco na sustentabilidade, ou adequando o seu imóvel com novas práticas sustentáveis. Também conhecidas como casas ecológicas, as casas sustentáveis são aquelas projetadas e construídas de maneira a respeitar o meio ambiente, seguindo os princípios da sustentabilidade ambiental e garantindo o bem-estar dos moradores. Uso de sistemas elétrico e hidráulico que possibilitam a economia e uso racional de água e energia elétrica. Estes sistemas também são feitos para evitar ao máximo o desperdício.

    Uso de madeiras certificadas, ou seja, com origem legal. Instalação de sistema de aquecimento solar. Projeto que privilegia ao máximo a iluminação natural (do sol) para possibilitar a economia de luz elétrica em lâmpadas. Projeto de construção que não cause danos ao meio ambiente. Desta forma, a construção das casas sustentáveis não deve gerar poluição do ar e da água, desmatamento e contaminação do solo. Uso de sistema de captação de águas de chuva para o uso interno. Emprego, sempre que possível, de materiais de construção recicláveis e reutilizáveis. Aplicação de processos construtivos que evitem ao máximo o desperdício de materiais de construção e acabamento.

    Implantação de sistema térmico que vise a diminuição do uso de ar condicionado. Uma das soluções é a implantação do teto verde, que além de aumentar a área vegetal da casa, diminui o calor interno da residência nos dias quentes de verão. Uso de jardins com plantio, quando possível, de árvores. Quando fui diretor de uma Ong chamada Tibá com sede em Bom Jardim no RJ, estudamos e debatemos esses processos construtivos procurando maximizar as suas eficiências na construção de uma casa sustentável. O uso do teto verde, do sanitário seco, de blocos de argila, aquecimento solar e outros, eram debatidos constantemente na busca da casa sustentável. O custo de execução também era considerado como variável fundamental ao sucesso da proposta. Outra variável fundamental eram as energias renováveis, que teriam como fontes: o vento, que também produz as ondas; a água, que inclui as energias hidrelétricas; e o sol, que abrange as usinas fotovoltaicas. Para assegurar que nosso sistema permanecerá limpo, consideramos apenas tecnologias que têm emissões de gases estufa e de outros poluentes do ar próximas a zero por todo seu ciclo de vida. A tese de que a casa sustentável é cara e de difícil execução já “caiu por terra”, pois, hoje, temos modelos 25% mais baratas que as convencionais e que podem ser construídas em seis dias. Petrópolis poderia ter um modelo de casa sustentável para conhecimento dos interessados em ter uma casa adequada ao futuro. Espalhadas pelo mundo afora, existem em vários modelos e formas, com custos baixos. Vamos praticar em Petrópolis e garantir a sua sustentabilidade. Seria um excelente impulso na educação ambiental tão falada na atualidade. 

    achugueney@gmail.com


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