Sem agência bancária, moradores de Pedro do Rio temem perder Correios
Os cerca de nove mil moradores do distrito de Pedro do Rio podem perder a única agência dos Correios. Inaugurada há mais de 20 anos, na Estrada União e Indústria, no Centro do distrito, a unidade pode ser uma das que podem ser fechadas em todo o país ainda este ano.
Moradores e comerciantes realizaram, na semana passada, uma reunião para discutir o assunto e fizeram um abaixo assinado que será entregue ao superintendente dos Correios. “Conseguimos mais de 100 assinaturas e esperamos sensibilizar o superintendente e não fechar a nossa unidade. Pedro do Rio tem apenas uma agência lotérica e agora podemos perder os Correios, tudo aqui é longe, não é justo”, disse o dono de um restaurante e morador do distrito, Luiz Henrique Pércia.
Segundo os moradores, na agência funcionava uma banco postal que fechou há poucos dias. O distrito já não contava com agência bancária, fechada há pelo menos cinco anos. "Agora não podemos mais fazer saques nem depósitos, nem fazer pagamentos com dinheiro vivo, apenas pagando em débito. Acreditamos que o fim do atendimento do banco postal foi uma forma que os Correios encontraram de forçar o fechamento da agência, alegando falta de movimento", disse Luiz Henrique.
Para pagar as contas a proprietária de um açougue, Andréa Ferreira da Silva de Jesus, tem que ir até Itaipava. "Já tenho que me deslocar para outro distrito para pagar as contas da casa e da loja. Se fecharam a agência, será mais um prejuízo para todos nós", lamentou. A funcionária de uma loja de roupas, Angélica Bernardes, também é contra o fim da agência e diz que também vai para Itaipava resolver as transações bancárias. "Moro aqui desde que nasci e essa agência sempre existiu. O fechamento será um retrocesso, estaremos andando para trás", criticou.
No ano passado, os moradores do distrito da Posse também se mobilizaram contra o fechamento dos Correios. Depois de manifestações e abaixo-assinados, eles conseguiram que a prefeitura arcasse com o pagamento do aluguel do espaço onde funciona a unidade. Luiz Henrique acredita que a ajuda do município seria um caminho para evitar o fim da agência. "Se não conseguirmos sensibilizar o superintendente dos Correios, vamos procurar a prefeitura e quem sabe conseguir uma apoio nesta questão", frisou.
Em nota, os Correios informaram que ainda não é possível dizer quantas e quais agências terão suas atividades encerradas, pois os estudos ainda estão em andamento e que as conclusões alcançadas pelos estudos necessários a este projeto somente serão divulgadas após a exaustiva avaliação interna dos Correios, e externa, pelos órgãos competentes (Tribunal de Contas da União; Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; e Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão), processo este ainda em curso.