• Atriz expõe, em documentário, como celebridades podem ser vulneráveis

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  • 05/11/2022 07:00
    Por Mariane Morisawa, especial para o Estadão / Estadão

    É quase impossível escapar das celebridades hoje em dia. Se não são os sites que acompanham os famosos até quando estacionam seu carro no Leblon, são as redes sociais dos próprios, que documentam passo a passo suas vidas. Isso sem contar os documentários chapa-branca. Então é compreensível que um filme como Selena Gomez: Minha Mente e Eu, dirigido por Alek Keshishian, provoque uma certa preguiça. Mas a verdade é que o longa, que estreou ontem na Apple TV+, é emocionante e imperdível.

    Não é comum ver-se alguém tão famoso ser tão vulnerável diante das câmeras. Logo no início, Selena aparece aos prantos, duvidando de tudo – dos figurinos, do cenário e, principalmente, de si mesma, após o ensaio final da turnê Revival, de 2016. Ao longo do filme, em outros momentos, ela mostra seus medos e inseguranças, dificuldades de lidar com a fama e problemas, até, de saúde mental. Ela sofre com lúpus, fez transplante e foi diagnosticada com transtorno bipolar depois de um surto em 2018.

    “É preciso a maior coragem do mundo para ser vulnerável assim”, disse Keshishian em entrevista com a participação do Estadão. “E é muito difícil para todos nós. Vivemos em um mundo em que ser vulnerável pode machucar.” O diretor conheceu Gomez em 2015, pois a cantora tinha visto seu documentário Na Cama com Madonna, de 1991, e queria que ele dirigisse seu videoclipe para Hands to Myself. Mesmo sem a mínima vontade, Keshishian acabou aceitando acompanhar a turnê por ter ficado fascinado com a cantora.

    INTRUSIVO

    Mas sentiu que ela não estava pronta. “Eu achei que estava sendo intrusivo”, contou. Alguns anos mais tarde, Selena o procurou de novo para registrar a visita às meninas de um projeto social apoiado por ela no Quênia.

    O filme foi retomado e acabou virando algo maior. “Ela tem consciência de que compartilhar sua vulnerabilidade pode ajudar alguém”, avaliou o diretor.

    “Quando somos vulneráveis e permitimos que quem está à nossa volta também seja vulnerável, nós criamos uma conexão. E isso nos traz mais luz. Ser vulnerável traz mais alegria, amor, do que projetar uma persona falsa.”

    Artistas sempre viveram essa dualidade. Só que, com as redes sociais, isso piorou. “Nelas, constantemente estamos mostrando o produto. Mas existe um ser humano ali”, afirmou Keshishian. “Só que Selena não usa armaduras. Por isso abraça seus fãs, um por um. Ela não consegue virar e desvirar a chavinha entre pessoa e produto. É autêntica o tempo todo.”

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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