• Startup oferece ao torcedor chance de pagar ‘bicho’ aos jogadores do seu time

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  • 31/10/2022 16:42
    Por Marcius Azevedo / Estadão

    Quando se fala em “bicho” no futebol surgem mais dúvidas do que respostas. Apesar de ser uma prática legal e realizada há muito anos, o assunto é visto como uma incógnita por grande parte da sociedade, uma prática que remete aos tempos do amadorismo. Com o objetivo de desmistificar essa prática e torná-la mais transparente, surgiu, em julho deste ano, a Motbot.

    Trata-se de uma startup mineira, que é a primeira plataforma de crowdfunding (financiamento coletivo) esportivo do País. Ela possibilita que torcedores contribuam diretamente com sua equipe. Com apenas dois meses de operação, somando agosto e setembro, a empresa já arrecadou mais de R$ 300 mil.

    “Como torcedor, sempre quis fazer minha parte motivando o clube, porém nunca existiu uma forma de premiar atletas pelos resultados positivos obtidos. A única maneira de se contribuir com a equipe era, até então, por meio dos programas de sócio-torcedor, em que valores são recebidos independentemente do resultado”, explicou Rogério Neves, CEO da empresa.

    “A partir desta realidade, elaboramos um novo modelo de negócio que permitisse uma premiação aos atletas pelos resultados conquistados dentro de campo, tudo feito de maneira transparente e legal. Ou seja, somos uma plataforma de crowdfunding baseada em resultados e esse se torna o nosso diferencial”, acrescentou.

    Com aproximadamente 2.500 usuários cadastrados em seu sistema, a Motbot permite que, em caso de vitória ou empate fora de casa, os jogadores sejam recompensados com o dinheiro enviado pelos apoiadores por meio da plataforma de financiamento coletivo.

    O torcedor que investe nisso passa a fazer parte de um programa de recompensas que apresenta benefícios exclusivos oferecidos pelos próprios clubes. Se a equipe do doador não tiver um resultado positivo, a verba voltará integralmente para a conta de origem e a quantia poderá ser usada em outras ocasiões. Não apenas os jogadores, mas o clube e uma instituição beneficente indicada pelo time também são favorecidos na hipótese de haver um placar favorável.

    “É um sistema positivo para todas as partes. O clube não tem nenhum custo para participar, o torcedor apoia o seu time e recebe benefícios em troca. Além disso, há outro aspecto muito importante, que é a questão social. Um porcentual de todos os valores arrecadados sempre será destinado às instituições filantrópicas indicadas. Por isso, podemos considerar que esse modelo atua em três frentes: esportiva, financeira e social”, explicou Neves.

    Além do “bicho virtual”, que passa a ser real quando o time ganha seus partidas, a empresa disponibiliza a possibilidade de uma agremiação realizar a captação de recursos para determinados projetos por meio da plataforma, como reformas no Centro de Treinamento, por exemplo. Neste modelo, a instituição esportiva estabelece o valor desejado e o prazo para arrecadação. Após o fim da campanha, o time deve exibir com detalhes o direcionamento do dinheiro.

    Neste momento, a empresa está presente apenas no futebol masculino, porém, a partir de novembro, habilitará o financiamento para a categoria feminina e, nos próximos meses, passará a abranger também outros esportes.

    O nome da companhia vem do termo Motivational Robot, que em inglês significa Robô Motivacional, levando para a marca o conceito de uma ferramenta que estimula jogadores e clubes. Hoje, a startup possui parceria com os seguintes clubes: CRB, CSA, Náutico, Campinense e Gama. Nenhum deles ainda de destaque nacional.

    A Motbot também está aberta gratuitamente para instituições beneficentes que queiram se cadastrar para receber doações, sem a necessidade de estarem atreladas a algum clube de futebol.

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