• Primeiro bloco tem clima tenso e troca de acusações: foi o retrato da polarização

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  • 28/10/2022 22:15
    Por Daniel Fernandes / Estadão

    Em final de campeonato de futebol, não se brinca com a bola. O jogo é truncado, nervoso, cada centímetro do gramado é disputado palmo a palmo. O debate decisivo desta sexta-feira é o equivalente a uma final de campeonato – é maior que uma finalíssima, na verdade.

    Dessa maneira, em campo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) jogaram pesado. No primeiro bloco, em que os candidatos tinham 15 minutos livres cada um, para tratar de qualquer assunto, o relógio andava devagar, travado. Bolsonaro e Lula jogavam a bola um para o outro. O ritmo era frenético: Bolsonaro anunciou novo salário mínimo de R$ 1,4 mil, Lula disse que vai isentar do Imposto de Renda vencimentos de até R$ 5 mil.

    O jogo seguiu. Bolsonaro chamou Lula de mentiroso e bandido. Perguntou ao ex-presidente onde estava José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil. Lula devolveu, ligando o presidente a Roberto Jefferson, ex-deputado federal preso no último fim de semana e que resistiu atirando em agentes da Polícia Federal.

    Foi só com pouco mais de quatro minutos que Bolsonaro chamou Lula de Lula, e não de Luiz Inácio e Lula só chamou Bolsonaro de Bolsonaro e não de ‘ele’ com o mesmo tempo de relógio. O presidente afirmava que Lula era ladrão e mentiroso, o petista chamava Bolsonaro de desequilibrado. No ápice do primeiro bloco nervoso que foi, Lula deu as costas para Bolsonaro, quando o presidente o chamou para ficar ao seu lado. No estúdio, em campo, os finalistas eram o retrato da polarização.

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