Tarcísio e Haddad nacionalizam debate na Globo com pandemia e salário mínimo
No último debate antes do segundo turno, os candidatos ao governo do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT), voltaram a nacionalizar a discussão, assim como já havia ocorrido em outros encontros, inclusive no primeiro turno. Nesta quinta-feira, 27, na TV Globo, logo no primeiro bloco, os dois candidatos debateram temas como pandemia e salário mínimo.
A estratégia de levar para o debate a polarização nacional foi puxada principalmente por Haddad. Tarcísio, por sua vez, iniciou o confronto mais na defensiva, criticando os ataques feitos pelo petista em sua propaganda eleitoral. O ex-ministro da Infraestrutura disse que não vai aumentar a conta de água com a possível privatização da Sabesp, nem transportar o modelo de segurança pública do Rio de Janeiro para São Paulo. O candidato também disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL), se eleito, dará aumento real sobre o salário mínimo, pensões e aposentadorias.
Haddad usou a obrigatoriedade de vacinação de crianças para voltar a atacar Tarcísio. “Está na lei, você tem que acompanhar a vacinação de crianças, você tem que acompanhar a frequência escolar”, afirmou o petista.
Haddad ainda afirmou que outras acusações feitas pelo candidato, classificadas por ele como fake news, eram, todas verdadeiras. “Você está querendo estudar (a venda da Sabesp), como está querendo estudar as câmeras (dos policiais). Não funciona assim”, disse Haddad.
Haddad insistiu na estratégia de apontar falhas do governo Bolsonaro, apostando na alta rejeição do presidente. “Vocês estão fazendo um crédito consignado para arrancar o couro dos beneficiários do Auxílio Brasil”, criticou o petista, mencionando o programa de crédito consignado lançado durante a campanha eleitoral pelo governo federal. O petista ainda fez críticas à política fiscal do governo Bolsonaro, mencionando o aumento do preço dos alimentos.
Já o candidato do Republicanos destacou o aumento do valor do Auxílio Brasil, antigo Bolsa Família, feito durante a gestão do atual presidente, que classificou como “grande alívio”, que impulsionou a economia, preservou empregos e garantiu a sobrevivência da população mais vulnerável. Tarcísio ainda destacou que essa “mão assistencial” do governo foi maior do que todo o período de Bolsa Família. Segundo Tarcísio, o aumento recente da oferta de crédito foi uma “revolução silenciosa do sistema financeiro”. Ele ainda mencionou a gestão do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o aumento do valor do salário mínimo. “Ministro Guedes já colocou isso de forma enfática: vai ter aumento real, vai aumentar mais do que a inflação”, disse.
Questionado sobre salário mínimo, Tarcísio enfatizou que é preciso “promover o emprego, movendo as alavancas corretas”.
Pesquisa Ipec divulgada na última terça-feira, 25, mostra uma diferença de três pontos porcentuais entre os dois candidatos, tecnicamente empatados dentro da margem de erro. Tarcísio lidera com 46% das intenções de votos, ante 43% de Haddad.
No primeiro turno, o candidato do Republicanos ao governo de São Paulo teve 9,8 milhões de votos (42,3%), enquanto o petista recebeu 8,3 milhões de votos, 35,7% do total contabilizado pela Justiça Eleitoral.