• País da galhofa

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  • 19/01/2016 10:00

    O País vai muito bem obrigado. Pelo menos na visão da súcia que está no ou próxima ao poder. A última é a inclusão da CPMF no Orçamento da União e nele, a manutenção de privilégios que beneficiam a política e ferem fundamente a bolsa e a vida do povo. Maquia o orçamento os gastos com mordomias, na afirmativa de que o governo cortará dotações no exercício. Terrível e mentirosa balela. E, por fim, a ampliação da dotação orçamentária para os partidos políticos, exatamente no ano de eleições municipais. E diminui verbas dos projetos sociais, da educação, da saúde, da viação e obras públicas, da segurança…

    A CPMF ainda inexistente é um dos carros-chefes da palhaçada que o congresso nacional acolita, à frente Renan Calheiros, de larga ficha de escândalos na vida política, junto a outros mais que deveriam estar atrás das grades de presídios de segurança especial de combate ao caradurismo endêmico e epidêmico inserto na vida pública de boa maioria dos nossos representantes (sic, porque não votei em nenhum deles, mas outros o fizeram ou as urnas eletrônicas ajudaram…)

    Surrealista e louca é a inclusão de um imposto ainda por discutir no orçamento nacional, documento que deveria primar por ilibada formulação, sob previsões, calcadas na realidade e nas leis em vigor. A senhora da estrela amarela em fundo vermelho anda relendo os antigos contos de fadas, acreditando em gênios da lâmpada, bruxas e bruxos, sortilégios e toda a sorte de magias brancas e negras. Vive ainda pensando que é a Robin- Hood das guerrilhas e que encarna os grandes pensadores da humanidade, com suas catilinárias cheias de bobagens e péssima formulação de pensamento coerente e útil.

    A presidente é hoje a maior humorista nacional e suas tiradas – de tão inocentes, para não dizer, burras – encantam nossas charges, ditos, formando um dicionário de besteiras como nunca existiu em toda a história do Brasil. Botou no chinelo as frases chulas de alguns presidentes-ditadores e, pior, tem comportamento ditatorial, embora afirme que respeita o sistema democrático e presidencialista, pelo qual foi eleita. Sua presença nos púlpitos e palanques, em poses para as televisões, suas palavras de imensos vazios, ganharam em audiência todos os programas humorísticos.

    E que amargo humorismo, brasileiras e brasileiros!

    E, para completar, a sua casa civil tem acolhido tristes figuras, de mesmos discursos tolos, péssimos assessores e que têm contribuído para chafurdar no mar de lama a sofrida terra do ipirapitanga (designação indígena do pau-brasil). Gente que não sabe ou não consegue explicar tanta esbórnia. E, observem bem, alguns já conheceram ou conhecem as grades da Polícia Federal ou estão bem próximos delas.

    Enquanto desmorona a barragem mal construída da política que ela representa, o nosso povo está cercado por todo o ruim que acontece quando o comando é falho, a segurança inexiste, a educação e a cultura vivem no lixo, a saúde faz a alegria dos agentes funerários, a comida é farta mas inacessível aos salários praticados, a fome seca as consciências, a família se desmorona e os bandidos tomam conta de tudo…

    “Vou-me embora pra pasárgada, lá sou amigo do rei…” (licença meu grande poeta Manuel Bandeira)

    Porque, por aqui, não sou amigo de nenhum deles.

    E para concluir, eis uma trova que inventei para retratar nosso Brasil politicamente infeliz: Surrealismo é isso / que bem define o País: / tanta gente com juízo / sob o jugo de imbecis .

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