• Recordar é viver

  • 23/05/2018 13:35

    Dedico, com amizade, a Roberto Rizzo Branco, para a perpétua memória das coisas. 

    Por oportuno, transcrevo trechos dos artigos que cometi: “A última etapa” e “O Oscar da Lupos”  em abril de 1998, vinte anos atrás, na Tribuna publicados.

    Lembro: a Lupos foi elaborada entre fim de 97 e início de 98, no Governo Leandro Sampaio, pelo Fórum Popular, pelos técnicos da PMP e de todos os órgãos estaduais e federais da área com jurisdição em Petrópolis. Na base da cidadania gratuita. O projeto pronto foi aplaudido pelo prefeito que prometeu um almoço a todos os que se dedicaram durante seis meses e de mão beijada ao projeto; se saiu o almoço, foram outros os comensais. Na Câmara, o projeto foi chupado como laranja por Comissão Especial, serviu de base para a criação da Coperlupos e de emendas sórdidas. O Executivo estava a par? Não sei, decida o leitor. Guardo o bagaço da laranja com respeito: remember Lupos!

    “Um grande projeto de Lupos, elaborado em clima de absoluta participação, está sendo desfigurado por uma Comissão que só produziu duas minúsculas atas insossas, nega-se a dizer quem ouviu e usa do máximo arbítrio”.

    “Qualquer doideira, qualquer patifaria, pode ser proposta à Coperlupos criminosa, tal como prevista pelos vereadores Wilson e Ronaldo (…)”.

    “Se Petrópolis permitir que as emendas da Comissão passem , particularmente esta Coperlupos criminosa que está sendo proposta, sugiro que os nossos Canarinhos ensaiem o Réquiem”.

    “(Dentre os grandes líderes de Petrópolis), ninguém disse nada, ninguém deu a sua opinião, ninguém declarou se as emendas eram boas ou criminosas. Em matéria de “estou fora”, nota dez. Em matéria de cidadania, não dá para premiar”.

    “Mas o Dr. Paulo Rattes foi o único político de Petrópolis a ter a coragem de expressar as suas opiniões”.

    “As Forças Vivas da Comunidade estiveram mortinhas, ficaram na delas”.

    “A Comissão Especial da Lupos assegurou que só haveria uma mudança feita pela Comissão e que não atingia os gabaritos definidos. Só a criatividade da Coperlupos deliberativa, Fórum Popular excluído, bastaria para dar-lhe status internacional”. 

    “Parabéns ao Fórum Popular, o pária, o expulso dos Palácios, o excluído das bocas”.

    “Como a comunidade não entrou nessa briga para ganhar nada que não fosse o bem comum, não deu para sair perdendo.(…) Nada como a injustiça e a grosseria para unir a turma de baixo”.

    “Dentro de dez anos, veremos se as minhas palavras foram uma furada ou proféticas. Algo me diz que o Fórum Popular estará sentado em lugar de honra, que o Poder estará confiado a quem o merece e que os bambas da hora terão sido, piedosamente, esquecidos”.

    Está mais para “me ferrei”, avalio em 2.018 e sobrevivente. Mas como permaneço na briga onde nada se ganha que não seja o bem comum, só me dá pena ver que o tema não evoluiu mais do que cem metros, passando do Casarão da Praça da Liberdade (Fernanda Colagrossi) para a vizinhança do Clube 85. O cast nem mudou tanto e a Coperlupos segue firmona! Quanto a Petrópolis, está no bagaço prometido, com mega-dívidas, os mesmos políticos ou parecidos tão calados quanto os de 98. A Comunidade? Continua querendo que suma a Coperlupos…  

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