PF vê conluio de servidores e empresários para desvio de verba do combate à covid
A Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta-feira, 19, um total de 44 ordens de busca e apreensão em municípios do Maranhão e do Piauí para investigar suposta quadrilha responsável por fraudes em licitações em Caxias (MA), desviando verbas que seriam destinadas ao combate à pandemia da covid-19.
Fábio José Gentil Pereira Rosa, prefeito da cidade localizada a cerca de 370 km da capital maranhense, é um dos principais alvos da ofensiva, batizada ‘Operação Arconte’. A PF vasculhou a residência do prefeito e também a sede do Executivo municipal. Na casa de Rosa, os agentes apreenderam R$ 95 mil.
A fase ostensiva das investigações mobiliza cerca de 160 policiais federais e servidores da Controladoria-Geral da União, que cumprem diligências nas cidades de Caxias, São Luís e São José de Ribamar, no Maranhão, e nos municípios de Teresina e Cajueiro da Praia, no Piauí. As ordens foram expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
De acordo com a Polícia Federal, as apurações levaram à identificação da participação de servidores públicos e empresários da área da Saúde, que recebiam o repasse de recursos públicos de Caxias.
A Controladoria-Geral da União observou que, apesar de haver 52 empresas no município de Caixas com potencial para serem contratadas pela prefeitura, ‘as dispensas de licitação eram direcionadas para a contratação de empresas diretamente ligadas aos servidores públicos e particulares investigados’.
O órgão aponta que, somente em relação a duas empresas sob suspeita, foi realizado o repasse total de aproximadamente R$ 9,45 milhões.
As investigação se debruçam sobre supostos crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, cujas penas, somadas, podem chegar a 43 anos de prisão, segundo a PF.
COM A PALAVRA, O PREFEITO
Até a publicação deste texto, a reportagem buscou contato, por e-mail, com o prefeito, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.