• Santos faz festival para os 100 anos de Gilberto Mendes

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  • 11/10/2022 18:16
    Por João Marcos Coelho, especial para o Estadão / Estadão

    Júlio Medaglia, Arrigo Barnabé, André Mehmari, José Eduardo Martins, Livio Tragtenberg e o grupo Hespérides são alguns dos muitos músicos e pesquisadores que participam do Centenário Gilberto Mendes, um verdadeiro festival de música, cinema, workshops, mesas-redondas que ocorre em Santos e se estende até dia 16, com curadoria do poeta Flavio Amoreira.

    O Teatro Guarany, no centro histórico da cidade, sedia o encerramento, com Ouvivendo Gilberto no dia 16, com o pianista José Eduardo e o Ensemble Gilberto Mendes. Nesses dez dias, vai ocorrer uma verdadeira Ocupação em Santos. Além do Guarany, haverá eventos na concha acústica da Praia do Gonzaga (música e dança), no Museu da Imagem e do Som, na Vila Mathias (filmes que Gilberto adorava, como Sabrina, de Billy Wilder), Cecon Alemoa (contação de histórias sobre o compositor) e no Teatro Municipal Brás Cubas.

    Este último receberá o evento mais significativo: Coro e Orquestra Sinfônica Municipal de Santos comemoram no dia 13 o centenário de nascimento de Gilberto apresentando uma amostra da obra coral-sinfônica. Nailse Machado rege o coral em peças emblemáticas, como Beba Coca-Cola (sobre poema de Décio Pignatari), Anjo Esquerdo (sobre poema de Haroldo de Campos em tributo aos 19 sem-terra assassinados em 1996 em Eldorado dos Carajás, no Pará) e Mamãe Eu Quero Votar, paródia da marcha carnavalesca conclamando corais a se engajarem no movimento Diretas-Já, de 1984. O maestro Luis Gustavo Petri rege a orquestra em Ponteio, Abertura Issa e Último Tango em Vila Parisi, além de sua obra mundialmente conhecida Santos Football Music.

    Obra instigante

    Passados já seis anos de sua morte, ainda não é simples avaliar a importância real de Mendes para a música brasileira. Além de uma obra sempre instigante e aberta, ele foi decisivo ao criar o Festival de Música Nova de Santos, em 1962, palco para músicos e compositores mostrarem suas obras.

    O compositor Rodolfo Coelho de Souza, que teve carreira muito ligada a Gilberto – produziu o festival entre 1984 e 1996 -, faz um balanço de sua importância para o Estadão: “Ele contribuiu para uma renovação significativa da música brasileira, influenciando outros compositores. Sua produção enfatiza peças características de curta duração, o uso de poesia de seu tempo em obras vocais, e algumas obras orquestrais de muita originalidade”.

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