A ciência do dever
Sim, a percepção do dever, deste conjunto de arbitramentos em que nos lançamos a cada vida, porém, à disposição de nossa vontade e necessidades.
Realmente, os deveres nos assolam dia-a-dia, não é?
Na verdade, sentimos todas as linhas rígidas dos deveres cotidianos: no trabalho, na disciplina exigida a cada tempo e lugar, na postura dentro do lar, nas linhas dos profissionalismos, nos atendimentos fraternos, na cumplicidade amorosa, na criação dos filhos, no respeito aos mais velhos e nos próprios limites em que nos deveremos impor como dever de todo cristão na lida conosco mesmos e com almas que nos rodeiam.
A consciência do dever vem em pequenos percentuais a cada encarnação, à medida que as percepções se alastram, à proporção em que somos efeitos da falta de um posicionamento respeitoso e no descumprimento das leis terrenas e eternas.
Exatamente porque, sendo as almas criações de Deus, é nosso dever agradecer e honrar este "status" que nos foi concedido e que, naturalmente, também, fizemos por merecer. Porém, à medida que crescemos em aprendizado e percepção, penetrando cada vez mais na terra espiritual das verdades, nossa responsabilidade cresce, aumentando nossos deveres e nos dando, também, maiores oportunidades de desbravamento dos campos universais e de nós mesmos. Os deveres começam pelas pequenas tarefas e envolvimentos, na simplicidade de cuidar de um irmão menor, na tarefa cotidiana de olhar irmãos e cumprimentá-los, na alimentação equilibrada de nossos corpos, no alinhamento das tarefas que nos cabem, na aceitação dos sofrimentos que nos envolvem, pois se os sentimos, naturalmente, que os causamos: a nós ou a alguma criatura que conosco partilhava o campo vivencial.
Portanto, as linhas dos deveres são imensas, a começar pela do próprio respeito à natureza que somos e à que nos abastece em constância material e fluídica. Respeito exige, cada vez mais, prontidão no atendimento aos deveres que nos competem, assiduidade nestes compromissos e entendimento nas razões pelas quais neles estamos envolvidos. A ciência do dever precisa ser instituída nos primeiros anos de vida, cabendo a cada criatura demonstrar, aos seus pupilos e irmãos, o quanto devemos arcar com tarefas, trabalho e obrigações, nas quais muitos poderão ser beneficiados e ajudados. As linhas do dever divergem de alma a alma, de acordo com as disposições espirituais nas quais estão envolvidas, na qualidade de sentimentos, na vontade e na disciplina a que se expõem, portanto, numa grande variante de posicionamentos, livre-escolha e percepção.
Há deveres impostos, desde o nascimento. Sim, deveres vêm determinados pelas próprias exigências da composição do corpo e da mente do Espírito. São estágios de deveres impostos pelas condições vividas num pretérito que constrange o ser, envolvendo-o em certas estruturações impostas pela própria desorganização determinada pela sua inadimplência e desobediência às leis da materialidade e às divinas. Natural que estes deveres sejam conturbados, como conturbada é a alma que neles está envolvida. Porém, existem outros tantos seres que se predispõem a retornar às esferas reencarnatórias em grandes ofertas, a cumprir tarefas difíceis e onerosas. Portanto, quando o Espírito já apreende o ideal divino, todo dever se torna oportunidade de ajuda e recomposição, aprendizado e crescimento.
Assim, meus amigos, estaremos comprovando que entendemos os ideais e objetivos que se trazem em constante dever em nos manter em plenitude de vida, ofertando-nos o ar que respiramos e o alimento fértil a compor o campo orgânico e o espiritual.
Qual será, então, nosso dever?