Recordações e homenagens

Vez por outra, ainda que já transcorridos quase trinta anos do falecimento de meu pai, ainda me vem à memória a imagem daquela figura ímpar, funcionário público exemplar e poeta de escol a quem sempre respeitei pela decência, o carinho e amor dedicados à esposa e filho. 

Por isso mesmo, após seu falecimento fiz cumprir um desejo que não pôde ver concretizado, ou seja, a publicação de “O Canto do Cisne”, obra predominantemente escrita em trovas, afora algumas produções como quintilhas, sextilhas e sextilhas decassilábicas.

Na apresentação da obra em causa, por absoluta gentileza do mestre Roberto Francisco, de inesquecível memória, professor, poeta, membro das Academias Petropolitana de Letras, de Educação e de Poesia-Casa Raul de Leoni, além de haver presidido, por muitos anos, a União Brasileira de Trovadores, Seção de Petrópolis, assim se fez pronunciar: “Agora, já no plano espiritual, sua esposa e filho trazem a publicação notáveis trabalhos, que nos deliciam com sua crítica alegre e bem urdida. Honraram-me com a escolha para joeirar suas pepitas, o que fiz com prazer e vantagens literárias. Repasso-lhes sua integralidade, certo de que, luzentes como são, devem espalhar-se por toda parte”.

De minha parte, já li e reli a obra por várias vezes, aliás como de meu costume, servindo-me inclusive, como fonte de inspiração para muitas das modestas crônicas que faço escrever e, por isso mesmo após passo a transcrever o poema dedicado a meu pai, por sua professora Celina Viegas, a qual após já haver tomado ciência de outras publicações do poeta, deixou consignado dirigindo-se ao ex-aluno que diga-se de passagem, nunca a olvidou, tudo como se segue: 

“Ao Osmar

Trovas do aluno querido / Encheram-me de emoção / Nelas se encontra esculpido /O seu rico coração.

As palavras delicadas / Da gentil dedicatória / Ficarão sempre gravadas / Em minha gasta memória.

Obrigada, meu Osmar / Por ofertas tão valiosas / Que vieram reavivar / Lembranças muito saudosas.

Celina Viegas – 26/01/87 -(ex-professora do autor)”