Remédios sofrem reajuste de 12%
O preço dos medicamentos sofrerá um reajuste de 12,5%. O aumento, que é além da inflação, passa a valer a partir de hoje. No entanto, de acordo com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), em comparação com o acumulado dos últimos 10 anos o reajuste continua abaixo do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em quase 18 pontos percentuais. A notícia não agradou os petropolitanos, que se adiantaram e na manhã de ontem muitos aproveitaram para pagar menos pelas medicações. O anúncio do reajuste, que foi autorizado pelo Ministério da Saúde, ainda será feito pelo Governo Federal.
A alta dos medicamentos vai implicar diretamente no bolso do consumidor, que desde o ano passado já paga mais caro pela energia elétrica, alimentação, gás, dentre outras necessidades básicas. Neste ano, a elevação dos preços é para todos os tipos de medicamentos, pois apenas uma faixa de reajuste deve ser divulgada pelo governo, diferente do ano passado, quando houve uma divisão entre três faixas para medicamentos de classes terapêuticas distintas. Para a Interfarma, essa mudança deve acontecer porque o índice de produtividade da indústria farmacêutica diminuiu, ou seja, a relação entre pessoas empregadas e produção foi menor. A associação aponta também como influência a alta da energia elétrica e as variações do câmbio.
Em 2015, a alta média foi de 6,35%, abaixo da inflação de 7,70%, e conforme aponta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo (Ipca), a inflação anual para o mês de fevereiro fechou em 10,35%. Porém, de acordo com a Interfarma, o reajuste acumulado dos últimos 10 anos continua abaixo do IPCA em quase 18 pontos percentuais. De 2007 a 2016, a inflação aferida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta crescimento de 79,3%, enquanto os reajustes da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) chegaram a 61,2%. “Essa diferença mostra que, apesar do reajuste deste ano, os medicamentos continuam com seus valores corrigidos abaixo da inflação”, afirma Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma.
Na manhã de ontem, muitos petropolitanos informados sobre o reajuste compraram seus remédios e Lúcia Lorentz foi uma delas. Ela gasta, aproximadamente, R$ 100 mensalmente com as medicações e ontem também levou os remédios da sogra (pagos pela própria) que giram em torno de R$ 150. “Fiquei sabendo sobre o reajuste e é por isso que estou aqui hoje com a cestinha cheia. Essa elevação dos preços é terrível. Só temos contas para pagar e o governo só sabe roubar da gente”, desabafa.
No balcão de uma farmácia da Rua do Imperador estava colada uma matéria jornalística que informava sobre o reajuste. Segundo o farmacêutico, Dalmo Lima, durante a semana “os clientes foram informados para poderem se adiantar e comprar com antecedência para garantir a economia”, diz.