• Para o prefeito ler na cama

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  • 21/04/2018 12:00

    Não vai aqui qualquer desrespeito ao prefeito, mas pego emprestado o título ao velho jornalista David Nasser, dos “Diários Associados”, em suas crônicas “Para Dutra ler na Cama”: – Após um cansativo dia de qualquer um, relaxa-se na cama e com a mente refrescada, pode avaliar os fatos apontados e analisar.

    Não sei se a assessoria do executivo leva ao seu conhecimento o conteúdo dessas crônicas, porque sei que na Câmara não devem ter tal iniciativa como constatei, no local, em função de um fato desagradável ocorrido há pouco mais de um ano e registrado em duas crônicas – apesar dos muitos assessores que cada um possui. Sempre insiro nos textos – como muitos fazem – comentários sobre a deficiência de nossa cidade e fazem ouvidos de mouco. Afinal, é por meio desses textos que retratamos os problemas e os asseios do povo. 

    Assim, comentávamos a descaracterização que a cidade vem se acentuando nas últimas décadas, em função dos diversos espigões de gosto duvidoso, e elogiávamos aqueles belos prédios em estilo germânico, na Avenida Tiradentes, bem como outros na Rua 13 de Maio – que dão um toque especial e que não agridem os diversos casarios. Então pensei – porque não se estuda um projeto que, de alguma maneira beneficiasse os novos empreendimentos no estilo, como, por exemplo, redução no IPTU como se tombados fossem por caracterizar a colonização local. É uma sugestão viável e só traria mais aconchego à cidade, quando perdeu, sem controle, tantas casas imponentes que bem espelhavam nosso passado glorioso. Talvez os empreendedores se conscientizassem e dessem mais tratos “à bola”, com resultado positivo na comercialização. 

    Em contraposição, li que alguém do executivo propõe a desapropriação do terreno do Extra para transformar em mais uma praça suja, mal frequentada, semelhante à do lado oposto, a Duque de Caxias, onde ninguém usufrui pela péssima frequência, principalmente à noite, bem como a da Inconfidência, sempre de mal aspecto, além da Praça da Liberdade que está se tornando inviável também à noite. No Centro, a menos ruim é a do Bosque do Imperador. Portanto, recupere-se primeiro as existentes antes de criarem mais locais sujos e abandonados – já chega a bagunça constante na Praça da Águia, um dos mais divulgados em postais.

    E em vez disso, parece que há assuntos mais importantes como retirada das centenárias e tradicionais vitórias, a colocação de gôndolas e transporte subterrâneo  – são ideias tão estapafúrdias que só ridicularizam nossa cidade perante o país, assunto que ocupou páginas de diversos jornais. Até parece que a administração pública não tem nada mais sério para resolver. jrobertogullino@gmail.com  


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