• O poder da leitura como transformação social

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 17/04/2018 13:05

    Amanhã comemora-se o Dia de Monteiro Lobato e Dia Nacional do Livro Infantil. O autor da frase: “Um país se faz com homens e livros” é o nosso maior ícone da literatura infantil brasileira. Através dele, o Brasil se reconheceu em sua gente do interior, em seus costumes e comportamento. Sua obra enriqueceu o nosso folclore e o universo infantil foi redescoberto dentro de nossa brasilidade. A relação de seus personagens com a natureza, também merece um olhar atencioso, pois de uma maneira simples seus livros ensinam muito sobre a integração homem-meio ambiente e ao respeito a natureza. Monteiro Lobato, através de seus personagens, especialmente a boneca Emília, tecia críticas sociais, falando o que pensava sobre a sociedade de então. Esse traço de sua obra tem o poder de despertar em seus leitores mirins consciências críticas e observadores mais atentos ao mundo à sua volta. E esse é um dos caminhos pelos quais deverá passar a mudança do nosso país. 

    Ao contrário da época em que Lobato lançava seus livros, quando a taxa de analfabetismo era alta e a leitura privilégio de poucas crianças, hoje o desafio é diferente. O estímulo à leitura é a principal tarefa a ser empreendida por pais e professores nos tempos atuais. Nesse mundo virtual em que vivemos, nossas crianças têm se interessado menos por livros, e mais pela rapidez das informações. 

    De fato, a internet foi uma conquista ao livre acesso do aprendizado, possibilitando a abertura de novas janelas para o mundo, com apenas um click. Além disso, o uso de diferentes linguagens e de novas construções do pensar também somam para a educação e formação de nossas crianças. Mas a leitura? E quanto às fascinantes descobertas que a literatura nos dá? A evolução cultural e o desenvolvimento, seja científico ou filosófico de qualquer nação, passam necessariamente pelo salutar hábito da leitura. 

    Obras imortais, que guiaram pensamentos políticos por exemplo, não têm como ser compreendidas sem que o leitor se entregue ao mundo das ideias e dos ideais que os livros nos oferecem. Nossas crianças precisam muito do despertar para a literatura. A formação de adultos pensantes passa necessariamente pela compreensão do que leem, pela interpretação das mensagens veiculadas nas diferentes mídias a que temos acesso. É tão necessário “digerir” quanto “regurgitar” determinados conceitos, ou mesmo informações sem conteúdo. E em que fase da nossa existência melhor aprendemos? Em que momento de nossas vidas assimilamos os valores que nortearão nossa caminhada? É na infância sem dúvida. 

    Costuma-se dizer que crianças são como esponjas que absorvem tudo que é ensinado. Mais uma vez volto a Monteiro Lobato e imagino, otimista o Brasil que poderemos nos tornar se levarmos a sério a cultura e educação. Por isso, pais e professores devem abraçar sem reservas essa missão e incutir em seus filhos e alunos o hábito da leitura, como instrumento de transformação social, política e ideológica. 

    Últimas