Defesa de Paulo Igor diz que dinheiro encontrado pela polícia era de venda de imóvel
Os advogados do vereador Paulo Igor vão entrar com habeas corpus pedindo para que ele seja solto e responda ao inquérito em liberdade. Entre os argumentos está o fato de o processo ter sua origem há mais de cinco anos e, por isso, segundo os advogados, não se justifica a prisão preventiva. Além disto, a defesa vai apresentar um pedido para que a desembargadora Katya Monnerat reconsidere sua decisão de prisão e caso a mantenha, vai pedir que seja apreciado pelo colegiado do Primeiro Grupo de Câmara Criminais do Tribunal de Justiça do Estado Rio de Janeiro.
Sobre o dinheiro encontrado na casa do vereador, R$ 155 mil e dez mil dólares, o advogado Afonso Destri, que atua em conjunto com a advogada Isabela Selano, disse que é resultado da venda de um imóvel do pai de Paulo Igor. De acordo com o advogado, parte do dinheiro da venda foi depositado na conta e outra parte pago em dinheiro. “Como qualquer pessoa que tenha um volume grande de dinheiro em casa, ele colocou em local escondido”, comentou o advogado, citando a situação de insegurança em que vive a sociedade.
Afonso Destri disse que, ao contrário do que foi noticiado, de que a polícia encontrou o dinheiro, foi o vereador Paulo Igor que falou aos policiais sobre o dinheiro guardado, indicando onde estava. “Ele contribuiu com os agentes. Desta forma, fica claro que Igor contribuiu com a polícia e não da maneira como noticiado, como se estivesse escondendo o dinheiro”, comentou.
Para mostrar que o dinheiro é lícito, os advogados afirmam que vão apresentar todos os documentos, inclusive a declaração de renda do vereador. “É importante deixar claro que Paulo Igor responde por uma ação que investiga fraude em licitação e não sobre o dinheiro. O dinheiro encontrado não está sendo investigado e muito menos o seu destino” explicou o advogado.
Com relação ao fato de o vereador Luiz Eduardo (Dudu) está foragido, o advogado Afonso Destri disse que não prejudica e nem ajuda o seu cliente, vereador Paulo Igor. Ele afirmou que, apesar de o processo ser o mesmo, cada um responde separadamente. O advogado comentou ainda que, atualmente no país, a prisão virou regra e isto precisa ser revisto, assim como a “demonização da política”, lembrando que num processo democrático somente é possível solucionar problemas por meio da política.
Presidente da Câmara de Vereadores de Petrópolis, Paulo Igor foi preso em sua casa, no Morin, na última quinta-feira, durante operação realizada pela Polícia Fazendária e pelo Ministério Público. Ele foi levado para o presídio, em Benfica, em cumprimento a decisão do Tribunal de Justiça, com base em processo que trata de supostas irregularidades no processo de contratação de serviços terceirizados da empresa Hope/Elfe, em 2012. A decisão determina também o afastamento do vereador da função pública.