• Improviso em área de acidente preocupa comunidade

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  • 05/04/2018 16:20

    Um conserto improvisado pela Prefeitura está tirando o sono dos moradores da Rua Atílio Marotti, no Retiro. A manilha que estourou e inundou o Liceu Municipal Carlos Chagas Filho, em meados de março, ainda não foi trocada. E como medida paliativa, um tubo de capacidade inferior está sendo utilizado como uma emenda improvisada na rede de esgoto. Já se passaram 20 dias do acidente. 

    O rompimento do sistema de esgoto causou estragos duas vezes, no mesmo mês. Na primeira delas, quando a manilha estourou, toda a água invadiu Liceu Municipal, que ficou completamente inundado, assim como a pista da Avenida Barão do Rio Branco. Parte de uma servidão foi destruída e uma casa teve rachaduras. Poucos dias depois, na mesma semana, um novo temporal provocou ainda mais estragos. Dessa vez, a lama desceu com pressão para a escola, e a força da água provocou mais rachaduras na servidão. 

    Por conta do ocorrido, parte da rua principal do bairro cedeu, obrigando a interdição ao tráfego de veículos pesados. O local chegou a ser totalmente interditado pela Defesa Civil, mas aos poucos vem sendo liberado. No entanto, quem mora na região sabe que o risco pode ser muito maior. A manilha – que estourou e afundou parte da rua, até hoje não foi trocada, e para resolver o problema, funcionários da Prefeitura fizeram uma emenda com tubos de capacidade inferior ao da rede de esgoto. E tudo isso sem qualquer tipo de cuidado, conforme pode ser visto por quem passa pelo local. O resultado, segundo os moradores, é uma “bomba-relógio” prestes a explodir. “A manilha estourou há 20 dias e nenhuma contenção foi feita. Emendaram de qualquer maneira, e não voltaram mais. Minha casa não tem nada a ver com o que aconteceu, mas a varanda foi afetada, e eu fico com medo, porque, a qualquer momento, a manilha pode estourar”, disse Dalva Alves, que mora no local há mais de 30 anos. A casa de Dalva está bem ao lado da linha de perigo, que foi isolada pela Defesa Civil. A garagem do imóvel apresenta várias rachaduras e alguns cômodos estão inutilizados. “Não posso lavar roupa, não posso usar a varanda. Está tudo em risco. Agora, o perigo maior está ali, na manilha”, completou a moradora. 

    A filha de Dalva, Camila Alves, disse que não consegue dormir em dias de chuva. “A gente fica esperando acontecer algum desastre, a qualquer momento. Esse tipo de serviço feito aqui eu nunca vi em lugar nenhum. Colocaram um encanamento de espessura muito menor, que acaba represando ainda mais a água e dando mais pressão para que aconteça um novo rompimento. A boca da manilha fica fechada, e a vazão do novo cano é bem menor. Ou seja, isso não vai suportar a grande quantidade de água que desce lá de cima”, teme a moradora. 

    Sem solução, Camila e Dalva agora pretendem recorrer à Justiça. “O maior receio é estourar e levar tudo que tem pela frente. Precisam resolver o quanto antes. E enquanto estão enrolando nós vamos tomar outras providências, recorrendo ao Poder Judiciário”, completou. 

    Rua continua afundando

    Enquanto nenhuma obra é feita, a cada dia que passa a situação fica mais complicada. Moradores dizem que a rua cedeu mais desde o último temporal de março. “A rua já afundou mais, e a tendência é piorar, porque eles colocaram um meio-fio para desviar a água mas esqueceram que isso acaba empoçando ainda mais quando chove. O resultado é o barranco mais pesado, encharcado”, concluiu Camila. 

    Resposta Setranspetro

    A empresa Viação Cascatinha informou em nota que a empresa não pode operar com os ônibus convencionais na localidade porque isso também colocaria em risco a vida de passageiros e rodoviários tendo em vista que a Defesa Civil interditou a Rua Atílio Marotti depois que uma parte da rua cedeu. Desde o dia 24 de março, a via foi liberada apenas para a circulação de carros pequenos e micro-ônibus. 

    A Viação Cascatinha aguarda a liberação da via para normalizar a operação que conta com três ônibus convencionais na linha. 

    Segundo um levantamento feito pelo Sistema de Monitoramento via GPS da empresa, desde que os micro-ônibus começaram a operar na linha, não foi registrada nenhuma quebra. 

    De acordo com a Viação Cascatinha, a frequência de saída dos ônibus da linha 518 é a cada 30 minutos. Os coletivos fazem 71 partidas por dia, considerando as saídas do bairro e do Centro.

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