• Sob investigação da PF e sem redes sociais, Luciano Hang organiza ato em 7/9

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  • 24/08/2022 19:20
    Por Manoela Bonaldo / Estadão

    O empresário Luciano Hang, fundador e dono da rede de lojas Havan, confirmou nesta quarta-feira, 24, a organização de um “ato pela liberdade” no dia 7 de setembro, data que marca os 200 anos da Independência do Brasil. Ele diz estar sofrendo “cerceamento de sua liberdade de expressão” por ter tido perfis em redes sociais suspensos. Hang e outros sete empresários bolsonaristas estão sendo investigados pela Polícia Federal por trocas de mensagens de cunho golpista.

    O dono da Havan teve o sigilo bancário quebrado, um celular apreendido e contas no Instagram e no TikTok suspensas. Em entrevista ao jornal paranaense Gazeta do Povo, ele disse que seus advogados ainda não tiveram acesso aos autos do processo e alegou que as conversas sobre os atos de comemoração da independência não teriam intenção relacionada a golpe de Estado.

    “Um grupo fechado de Whatsapp é como uma mesa de bar”, afirmou, tentando minimizar o conteúdo das mensagens. “A grande maioria desses empresários tem 60, 70 e 80 anos. Seria como se fosse um complô dos velhinhos contra o sistema. É uma piada”, disse Hang, sobre o grupo de WhatsApp chamado “Empresários & Política”. A PF investiga se eles organizavam repasses financeiros para sustentar atos antidemocráticos no dia 7 de setembro.

    Na visão do empresário, o Brasil vive num “Estado de totalitarismo”. “Se continuar desse jeito, continuar tomando essas decisões, nós não vamos ter uma eleição democrática no nosso país”, disse o empresário, entre uma série de críticas ao Supremo Tribunal Federal e ao Poder Judiciário.

    Hang também atacou a carta em defesa da democracia organizada pela Faculdade de Direito da USP, que obteve mais de um milhão de adesões após o presidente Jair Bolsonaro se reunir com embaixadores para colocar em dúvida o processo eleitoral no Brasil e o funcionamento das urnas eletrônicas.

    Hang ainda questionou por qual motivo os empresários signatários da carta são considerados defensores da democracia e os investigados pela Polícia Federal, não. “Seria cômico se não fosse trágica essa barbaridade que aconteceu ontem”, disse.

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