• Monkeypox: macacos não são os transmissores da doença, reforça veterinário

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  • 21/08/2022 16:52
    Por Enzo Gabriel

    Ainda sem ser considerada emergência no Brasil, mas com aumento no número de casos, a varíola dos macacos preocupa a população. Segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde, 3.450 casos foram confirmados, o que torna o Brasil o terceiro país com mais casos da doença, atrás apenas dos Estados Unidos e da Espanha. O estado do Rio de Janeiro é o segundo com mais registros, tendo 404 confirmados. Em Petrópolis, o primeiro caso foi confirmado na sexta-feira (19) e divulgado neste sábado (20). Se trata de um homem de 45 anos que, segundo a Secretaria de Saúde, “esteve visitando um município do estado que tem maior número de registros da doença”. A pasta, no entanto, não deu mais detalhes sobre a recuperação do paciente e também não divulgou o nome da cidade visitada pelo homem. Teresópolis e Nova Friburgo também já tiveram registros da doença.

    Leia também: Petrópolis tem primeiro caso confirmado de monkeypox

    Apesar da doença não ter uma ligação de transmissão direta entre macacos e humanos, casos de ataques contra os símios já estão sendo registrados no país, assim como na época da febre amarela. O médico veterinário Felipe Facklam, especializado em animais silvestres e selvagens, explica a origem do nome da doença: “A varíola dos macacos leva esse nome por ter sido encontrada, pela primeira vez, nos macacos, em 1958, porém, esses animais não são reservatórios do vírus”.

    Felipe ainda ressalta que os macacos não representam riscos de transmissão e não devem ser atacados: “Não há motivo para a população temer os macacos, pois eles não apresentam riscos de transmissão para nós. A transmissão tem se dado de pessoa para pessoa. Os macacos não têm culpa. Não devemos maltratá-los, tampouco matá-los, pois isso não vai frear a transmissão do vírus. Devemos protegê-los, por conta do papel de grande importância que possuem na biodiversidade.”

    Em coletiva realizada nesta semana, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga também pediu para que não ataquem os macacos: “A varíola dos macacos é uma zoonose, e o roedor cão-da-pradaria é provável ser a origem dessa zoonose, não é o macaco, que é tão vítima da doença quanto nós. Portanto, não saiam por aí matando os macacos, achando que assim vão resolver o problema da monkeypox”.

    Além disso, segundo a lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, matar e perseguir animais da fauna silvestre é crime contra a fauna, podendo gerar detenção de seis meses a um ano, e multa.

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