• Lula rouba o nome da crise

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  • 29/03/2016 10:45



    Lula não mede as consequências de seus gestos e palavras.

    Prometeu valer-se do “Exército de Stédile” e disse ser o único líder político capaz de incendiar o país. Mandou que investigadores, procuradores e o juiz da Lava-Jato metessem o processo da operação lá onde todos já sabem. Afirmou que terá igual procedimento com o acervo que recebeu quando presidente da República, em relação ao Ministério Público, usando o que chamou de ‘tralha’, depositada no sítio de Atibaia.

     E assim faz e fala o que lhe dá na telha. Agora mesmo, em tom desafiador e insultuoso ao Poder Judiciário, mandou que os sindicalistas cobrem do juiz Sérgio Moro os ‘prejuízos’ causados pela Lava-Jato à economia brasileira. Lula adora  mandar, um verbo que não lhe sai da boca. Está sempre mandando alguém fazer alguma coisa, nem que seja os maiores disparates do mundo.

    É um poço de contradições e perde-se num labirinto de ideias confusas, embora ditas com a empáfia de quem se julga o maior dentre os maiores. Como todo demagogo, é logo apanhado em seus objetivos escusos. Como fingidor de elite, em homenagem à sua fixação no termo, manipula as palavras, ao falar a espectadores predispostos ao aplauso irracional e delirante. Sublinhando a ignorância, suprime o plural de certos vocábulos e aparenta desconhecer outros tantos. Fala em ‘três ou quatro bilhão’. Ao ser questionado sobre sua preferência por vinhos caríssimos, após dizer que n&atilde ;o sabia distinguir um Miolo de um Romanée Conti, falou em ‘dicante’, ao invés de decanter, recipiente no qual sua mulher teria colocado uma rosa, pensando tratar-se de um vaso destinado a receber flores, sob risos de acólitos amestrados.

    Mas vamos ao que mais interessa. Lula acaba de roubar de Dilma o nome da crise, a fim de atribui-la a Sérgio Moro e à Operação Lava-Jato. Logo agora, quando o juiz é nomeado como importante líder do planeta. Ao criticar Moro, o que Lula faz é defender a corrupção, cujos tentáculos vêm sendo podados pela Lava-Jato. Após séculos de história, o andar de cima da sociedade é apanhado pela Justiça, fato condenado pelo ex-metalúrgico, embora continue posando de algoz dos ricos e defensor dos pobres e oprimidos, mais uma de suas falácias.

    Sem tremer um único músculo da face, Lula dá uma de avestruz. Condena o aumento incontrolável dos índices de desemprego, que mergulha os trabalhadores na desgraça, como se ele e Dilma não fossem os responsáveis pela explosão nos números de desempregados – cerca de 10 milhões, com a economia em recessão profunda.

    Ainda na reunião com sindicalistas, a ladainha de sempre, com essa história de resistência ao golpe que ninguém aguenta mais. Como não há outra saída, cumpre criar o factoide, propósito que jamais será alcançado, porquanto não há subversão da ordem e violação das leis da República. Como advertem Celso de Mello, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Dias Tófoli, ministros do Supremo Tribunal Federal, não há que se falar em golpe na votação do impeachment da presidente faltosa. Golpe é o que o ex-metalúrgico trama contra as institui ções democráticas, com o uso de violência armada. Golpe será deixar que Dilma Rousseff continue na presidência, contra a vontade manifesta de 70% da população brasileira. Incompetente e inapta, uma tragédia, deve ser removida com urgência de sua função, para o bem do povo e felicidade geral da Nação.

    paulofigueiredo@uol.com.br

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