• Nossa vocação, nosso futuro

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  • 24/03/2018 10:30

    Uma brincadeira que se faz sobre Petrópolis é a de que se você tem algo para fazer hoje e não o faz porque está chovendo, amanhã provavelmente choverá de novo. Petrópolis carece de compreensão e entendimento. Hoje, conversava com um amigo e ele soltou uma frase que dizia "o futuro de Petrópolis passará obrigatoriamente pela manutenção e conservação de seu Centro Histórico". Parei para pensar um pouco a respeito desta percepção e nela está contida tudo o que devemos entender sobre nossa Cidade.

    Como todos sabem, o município tem duas fortes vocações: turismo e tecnologia da informação; e ainda outras que poderão se juntar a elas: polo educacional, polo cervejeiro, além do polo de moda que está a sofrer um enfraquecimento, por conta da entrada de mercadorias vindas do exterior, da criação de outros polos na Baixada Fluminense, e das vendas via internet que concorrem com menos custos ao comércio estabelecido.

    Sobre a Tecnologia da Informação, temos um real potencial de crescimento alvissareiro: hoje já são mais de 70 empresas de TI instaladas em Petrópolis; precisamos atentar e dar a estas um cuidado maior, inclusive pensar-se em maiores concessões de benefícios para criar atrativos a que novas empresas venham aqui se instalar. Seria interessante uma parceria maior do poder público com o CNPT, o IST e o CPTI, em busca de resultados e fortalecimento desta vocação. Certamente, ainda temos um potencial de crescimento imenso neste setor e que se realmente for cuidado gerará ainda mais postos de trabalho e rendas à população.

    Com respeito ao turismo, nossa maior vocação nele se encerra. Por este motivo a frase dita: "o futuro de Petrópolis passará obrigatoriamente pela manutenção e conservação de seu Centro Histórico" guarda em si tudo o que se precisa para que realmente Petrópolis não se torne uma Cidade como as outras. Quais atrativos tem nossa vizinha Teresópolis, por exemplo? Ou Duque de Caxias? A manutenção e conservação do Centro Histórico, suas casas centenárias, seu conjunto arquitetônico, suas ruas arborizadas, seus locais públicos, são de fundamental importância para que Petrópolis sobreviva ao futuro. O turismo histórico é, e continuará sendo, a grande vocação do município. Portanto, a defesa dos tombamentos se impõe, bem como as exigências de conservação. Para os que defendem que isto seja um retrocesso ao desenvolvimento econômico, digo apenas que se equivocam. Petrópolis não pode derrubar uma casa centenária para no terreno se construir um espigão moderno, sob pena de em pouco tempo se tornar uma Cidade igual às outras, sem apelos e atrativos ao Turismo Histórico. Não precisamos de trens de levitação ou de gôndolas, mas de conservação do que se tem.

    Não estou sendo conservador, mas sim realista. Somos a única Cidade Imperial na América do Sul e esta é uma herança que não permite ser dilapidada e sim que melhor seja cuidada. Não podemos admitir uma cidade esburacada, suja e mal cuidada, sem uma capina correta, sem uma sinalização bem-feita, com iluminação deixando a desejar. Temos que clamar e exigir do poder público uma maior atenção neste particular. E finalmente, e ainda não menos importante, precisamos de campanhas educativas sobre nossas vocações, para que haja uma compreensão maior da população sobre elas. 


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