Polícia Civil e MPRJ apreendem R$ 90 mil em espécie e eletrônicos na casa de Jamil Sabrá
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil da 105ª DP, apreenderam R$ 90 mil em espécie e equipamentos eletrônicos em endereços ligados à CPTrans e a Jamil Sabrá Neto, diretor-presidente da Companhia. A ação foi em cumprimento a mandados de busca e apreensão da Operação Clean, que investiga contratações superfaturadas na CPTrans. De acordo com a investigação, Jamil, se aproveitando do estado de calamidade pública, contratou sem licitação mão de obra operacional para a Companhia por valores superfaturados.
Na coletiva de imprensa, realizada na manhã desta sexta-feira, o delegado titular da 105ª DP, João Valentin, disse que as investigações tiveram início a partir de apontamentos feitos por vereadores da Câmara Municipal. O MPRJ e a Polícia Civil identificaram que no dia 17 de fevereiro, dois dias após a tragédia, Sabrá encerrou o contrato com a empresa prestadora do serviço de controle de tráfego e foi contratada uma outra por um preço muito superior à então contratada. “Ou seja, o presidente da CPTrans tomou proveito do estado de calamidade com a finalidade de superfaturar o contrato administrativo”, disse o delegado.
Segundo a investigação, também foi comprovado que no início da gestão, Jamil impôs ao antigo contratante a substituição de 40 funcionários que prestavam serviço. “Ou seja, ele utiliza o contrato administrativo para fazer indicações políticas de quem deve trabalhar, o que também configura, sem dúvida, um ato de corrupção”, completa.
“Houve essa interrupção do contrato anterior com essa empresa que cobrava R$ 10 a hora homem trabalhada, e essa nova empresa contratada por R$ 20 e um pouco mais, o dobro ou mais do que o dobro, isso chamou muita atenção. Assim como chamou a atenção a prática pouquíssimo usual, a empresa antiga ser contratada pelo poder público e ser obrigada ou constrangida a demitir seus funcionários e contratar 40 pessoas indicadas pelo ente público contratante, isso é uma coisa que não tem previsão no ordenamento jurídico”, destacou o promotor de Justiça Celso Quintella.
Os agentes apreenderam R$ 90 mil em espécie e equipamentos eletrônicos, na casa de Jamil Sabrá. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da CPTRANS, no Centro, e em endereços de funcionários do alto escalão da empresa e de empresários, nos Bairros de Itaipava, Nogueira, Secretário, Araras, Mosela, Retiro e Centro, em todos foram recolhidos equipamentos eletrônicos pessoais e que eram utilizados pela Companhia.
A Operação Clean está sendo realizada pela Promotoria de Investigação Penal de Petrópolis, pelo promotor de Justiça Celso Quintela, e pela Polícia Civil da 105ª DP.
Diretor-operacional assume presidência da Companhia
Por decisão da 1ª Vara Criminal de Petrópolis, Jamil Sabrá foi afastado da presidência da Companhia, assim como as demais pessoas citadas na investigação. Quem assume é o atual diretor técnico-operacional da Companhia, Fernando Badia – que já ocupou o cargo de presidente no último mandato do prefeito Rubens Bomtempo, entre 2015 e 2016.