Conjuntivite: faltam colírios e álcool em gel nas farmácias
O surto de conjuntivite em Petrópolis gerou uma corrida às farmácias. A procura por colírios que tratam a doença, e/ou que atenuam a irritação, assim como o álcool em gel quadruplicou as vendas desses produtos, que devido a demanda já começam a faltar em alguns locais. O jeito que muitos médicos têm encontrado, segundo farmacêuticos, é variar o tipo de colírio para evitar que o paciente fique sem o medicamento. Mais de 7 mil pessoas já foram diagnosticadas com a doença, 4.049 delas apenas na primeira quinzena da março.
“Eles têm prescrito de três a quatro colírios antibióticos, que tratam a doença com a mesma eficácia, justamente porque algumas marcas já estão em falta. Nós recebemos mercadoria todos os dias então mas a saída tem sido enorme, então hoje eu tenho determinado produto que amanhã já pode ter acabado, mas ai oferecemos outras opções. O importante é todo mundo conseguir estar medicado”, ressaltou a gerente de farmácia Alessandra Siqueira.
Ainda segundo ela a compra média diária de colírios desse tipo era de duas unidades, mas nos últimos dias ao menos 10 pedidos têm sido feitos e mesmo assim nem sempre são suficientes. Assim como o álcool em gel, principalmente os frascos pequenos considerados de bolsa. “Costumamos solicitar sete unidades por dia em uma época comum, mas com esse surto temos pedido no mínimo 14, ou seja, o dobro e as prateleiras ainda ficam vazias. Até mesmo as embalagens maiores têm vendido muito”, contou.
O mesmo ocorre na farmácia onde o gerente Júlio César é gerente. No local eram feitos pedidos de colírio com uma ou duas unidades por dia, mas nas últimas semanas esse número saltou para 20. “A procura está enorme! Tem muita gente contaminada. E para conseguir atender as pessoas da melhor maneira possível ligamos para os hospitais para ver quais os colírios os médicos têm prescrito, e quais nós temos em maior quantidade, para que eles possam oferecer opções para os pacientes”, explicou.
A situação é tão complicada que tem morador de bairros distantes do primeiro distrito buscando farmácias do Centro da Cidade em busca de colírios e álcool em gel. “Duas pessoas algumas várias farmácias e Corrêas, onde moro, e não encontrei o álcool em gel para bolsa em nenhum local. Diante disso decidi buscar em outros lugares. Não quero correr o risco de pegar conjuntivite, que por sinal nunca tive”, contou aliviada.
Sobre a doença
É muito comum ter a contaminação de famílias inteiras com conjuntivite, pois é uma doença transmitida pelo contato. Então é importante que as pessoas não compartilhem toalhas, fronhas e objetos de uso pessoal e busquem atendimento médico logo no início dos sintomas. Segundo especialistas quanto mais rápido for iniciado o tratamento mais cedo a pessoa estará curada.
O coordenador médico da UPA Centro, Diogo Macedo, reforça que é importante as pessoas estarem sempre atentas aos sintomas iniciais que são os olhos vermelhos, secreção, lacrimejamento, pálpebras inchadas e sensação de areia nos olhos. Geralmente, a conjuntivite acomete ambos os olhos e os sintomas podem perdurar por até duas semanas.
A inflamação atinge a membrana que recobre os olhos (conjuntiva) e causa um quadro de grande incômodo para os pacientes e exige tratamento imediato. Nos quadros leves é utilizado apenas um colírio com tratamento de até três dias, casos mais graves podem ser necessários o uso de anti-inflamatório, colírio e maior tempo de tratamento.