Sem acordo salarial, rodoviários já falam em paralisação
Os rodoviários podem decidir na próxima semana, durante assembleia, se entram ou não em greve. A categoria está pedindo 6% de reajuste salarial, no entanto o Sindicato das Empresas de Transporte (Setranspetro) ofereceu apenas 2%. Nesta sexta-feira, dia 23, sindicalistas e empresários se reúnem para tentar um acordo que impeça a paralisação do serviço.
“Não vamos aceitar os 2%. Se não fizerem uma contraproposta melhor, vamos convocar a assembleia e a categoria vai decidir se entra ou não em greve”, disse o presidente do sindicato, Edson de Oliveira. Além do aumento de 6%, os rodoviários também querem que o valor da cesta básica passe para R$ 250. A proposta da Setranspetro é de R$ 208 para este benefício.
A data-base da categoria é este mês e as negociações começaram no início do ano, mas pouco avançaram. Segundo o presidente do sindicato, em janeiro a categoria apresentou a proposta salarial para os empresários, que só deram a contraproposta no início de março. “Ficamos dois meses aguardando a proposta do patronal. O novo salário já deveria estar vigorando desde 1° de março”, explicou o sindicalista.
Atualmente, os motoristas ganham R$ 2.393,00 de salário, os cobradores, R$ 1.297,00, e os fiscais, R$ 1.563,00. “Acreditamos que o Setranspetro esteja esperando o anúncio do aumento da passagem para poder apresentar outra proposta para a categoria. Esperamos que essa questão seja resolvida em breve”, disse Edson.
Em maio do ano passado, a categoria chegou a paralisar as atividades por 24 horas. Os rodoviários só voltaram ao trabalho após conquistarem 7% de reajuste e aumento na cesta básica. No mesmo período, a passagem do ônibus subiu 11,42%, passando de R$3,50 para R$ 3,90.
Em nota, o Setranspetro confirmou a reunião com os sindicalistas para esta sexta-feira e ressaltou que o custo com a folha de pagamento é o maior entre todos os itens que compõem a estrutura de cálculo da tarifa do ônibus, correspondendo a aproximadamente 50%. Ainda na nota, o Setranspetro frisou que o reajuste concedido para a categoria no ano passado já não foi incorporado no último reajuste da tarifa.