• ‘É terapêutico interpretar gente cheia de falhas’, diz Jackson-Cohen

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  • 07/08/2022 09:30
    Por Alicia Rancilio (AP), com Tradução de Renato Prelorentzou / Estadão

    Ei, agentes de elenco, escutem uma coisa: Oliver Jackson-Cohen está interessado em papéis mais leves. Isso não significa que não tenha gostado dos personagens mais sombrios e até assustadores que ele fez nos últimos anos, mas sua mãe avisa que ele precisa de uma pausa.

    O comentário de mãe veio no ano passado, quando Jackson-Cohen chegou a Vancouver para filmar a nova série Superfície, agora transmitida semanalmente na Apple TV+. “Ela disse: ‘Você não vai fazer um daqueles seus meninos tristes, vai?’. E eu falei: ‘Como é que é?’E ela emendou: ‘Você está sempre triste (palavrão). Faça alguma coisa mais leve, que eu possa gostar de ver'”, contou o ator, rindo. “Então isso meio que ficou comigo…”.

    CORRERIA. Os últimos anos foram bem corridos. Entre os destaques mais recentes da carreira de Jackson-Cohen estão a série A Maldição da Residência Hill, da Netflix, e sua continuação, A Maldição da Mansão Bly. Ele também aterrorizou Elisabeth Moss em O Homem Invisível e interpretou o marido controlador de Dakota Johnson em A Filha Perdida. Mas ele teve um descanso na comédia romântica deste verão Mr. Malcom’s List, uma experiência que descreveu como “uma brincadeira deliciosa”.

    Em Superfície, Jackson-Cohen estrela ao lado de Gugu Mbatha-Raw como James, um marido tentando desesperadamente manter as aparências de um casamento feliz depois que um acidente fez com que sua esposa, Sophie (Mbatha-Raw), perdesse a memória de longo prazo. Quanto mais James tenta disfarçar os problemas do passado, mais Sophie fica desconfiada e distante.

    “É muito interessante quando alguém está guardando um monte de segredos”, disse ele. “Isso cria muita tensão e, se você não tem permissão para dizer certas coisas e está se segurando muito, as pessoas podem perceber isso de várias maneiras diferentes. Espero que tenha funcionado e pareça superprotetor ou controlador ou o que quer que seja – até mesmo sinistro. Mas espero que, conforme a série for continuando e descascando as camadas, as pessoas percebam o que está por baixo de tudo”.

    Veronica West, criadora e showrunner de Superfície, diz que é o equilíbrio entre mística e proximidade que traz “algo superespecial para a performance de Olly” na série. “Ele tem uma intensidade que pode parecer perigosa, mas é também carismática e magnética. Eu me lembro da primeira vez que nos encontramos pessoalmente. Tinha uma música tocando e ele começou a fazer uma dancinha de ombros e eu fiquei tipo ‘Essa é a coisa mais pateta e charmosa da Terra’. E acabamos incorporando isso numa cena – ele parece um pouco ameaçador no subtexto, mas também tem esse imenso charme. Acho que essa é a dualidade do James”.

    ATRAÍDO PELA DOR. Jackson-Cohen diz que acha que “é terapêutico” interpretar pessoas cheias de falhas. “Não sei o que isso diz sobre mim, mas me sinto atraído pela dor das pessoas. Acho a expressão dessa dor uma coisa reconfortante”. Por enquanto, Jackson-Cohen está de volta a Vancouver ao lado de Jenna Coleman, filmando uma série para o Prime Video chamada Wilderness, que ele descreve como “nem um pouco leve”.

    Em seguida, ele espera que haja mais uma temporada de Superfície, da qual ele gosta, porque conhece Mbatha-Raw há anos. “Fiz um dos meus primeiros trabalhos com Gugu quando eu tinha 19 anos. Nós gostamos de um episódio de alguma coisa muito questionável da BBC, nos conhecemos desde então, e ela é um ser humano maravilhoso”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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