Você é corajoso ou aventureiro?
“Os impacientes sempre chegam tarde demais” (Jean Dutoord). Frequentemente a gente ouve no meio da corrida de rua o jargão. “Coragem!” “Você consegue!” “Se você acredita, você consegue”! Não é bem assim. Coragem sem preparo, sem medir as consequências, sem calcular o tamanho do desafio e os perigos, não adianta nada.
Quando escolhemos uma corrida de rua no calendário, primeiro temos que pensar se estamos preparados para ela. Quantos quilômetros? Tem ladeira? Quantas? Qual a inclinação e a dificuldade de cada uma delas? Qual o seu preparo hoje? Quanto tempo tem para se preparar? Claro! A coragem, a decisão, o preparo, as dificuldades, tudo entra na balança. Não basta só ter coragem! “Vou mergulhar nesse rio! Eu tenho coragem!” Cuidado! Tem jacaré! O corajoso aventureiro normalmente se dá mau! O corajoso audacioso, porém precavido, avalia o perigo e se preciso for recua. Recuar nem sempre é sinônimo de covardia. Pode ser sinal de inteligência.
Se você decide não participar de uma prova que não está preparado com todo mundo “buzinando” no seu ouvido “vai lá! Você consegue!” Você é um corajoso e inteligente em desistir. O aventureiro pula no rio cheio de jacaré e morre em nome da coragem. O aventureiro entra numa prova não preparado e se lesiona. Pelo menos não morre, embora em alguns casos até pode morrer mesmo.
O audacioso recua em nome da coragem como fez Nike Lauda em 1976 ao desistir da última prova que lhe daria o segundo título mundial de fórmula 1 na disputa com James Hunt em que as condições do tempo eram péssimas. Lauda um piloto metódico e Hunt no estilo playboy. Entre nós corredores (as) também temos os dois estilos. O metódico que faz tudo certinho e o “seja o que Deus quiser”. E você? Qual o seu estilo?
Literatura Sugerida: 1) DANIELS, Jack – Fórmula de Corrida de Daniels. – 2ª Edição – Porto Alegre: Armed, 2013. 2) CORTELLA, Mario Sérgio. A Sorte Segue a Coragem. 1ª Edição, Editora Planeta, 2018.