• Home office pode ter contribuído para aumento no número de ataques de vírus

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  • 27/07/2022 18:12
    Por Roberto Márcio, especial para a Tribuna

    A pandemia da Covid-19, que começou para valer no Brasil a partir de março, fez crescer o trabalho remoto em todo o país. Em virtude das restrições impostas para conter o vírus, um outro “patógeno” que é virtual contribuiu para o aumento dos ataques de malwares nas residências e empresas. Por isso, o alerta para o cuidado com as informações que mantém nas plataformas vem aumentando exponencialmente à medida que os estragos feitos custam milhões de reais ao país.

    Em 2020, ano do início de uma quarentena que durou meses, o Brasil sofreu 130.759.116 ataques de vírus e seus derivados de acordo com números oficiais. No ano seguinte, essa marca subiu para 210.710.247 ataques de malware registrados, ou seja, a curva para acima se acentuou em mais de 50% de diferença de um ano para o outro. E um dos culpados pode ser justamente o trabalho residencial, uma forma encontrada pelas empresas para manter seu ritmo de produção.

    Para um dos maiores especialistas em cibersegurança no país, Aírton Coelho Vieira Júnior, não é coincidência que o número de ataques de vírus tenha se acentuado com o home office, já que os computadores pessoais de funcionários não possuem a mesma defesa cibernética existente nas empresas. Além disso, nas corporações os mecanismos para segurar um ataque de hacker nem sempre é eficiente em seu propósito. Portanto, a associação entre pandemia e uma maior ousadia dos criminosos virtuais pode explicar, em partes, o crescimento na introdução de programas maliciosos em todas as instâncias.

    “As empresas tiveram que utilizar o home office como meio de manter a sua linha de produção. Mas poucos se preocuparam com as consequências da falta de proteção ou ineficiente quando há uma troca de informações no trabalho. Em casa, muitas pessoas instalam um antivírus gratuito, de pouca efetividade e ao mesmo tempo lidavam com um fluxo de informações importantes que, muitas vezes, eram de interesse dos criminosos virtuais. O resultado está sendo visto na prática, com aumento absurdo de ataques como nunca antes visto”, explicou Aírton Vieira.

    Aírton Coelho Vieira Júnior (Foto: Divulgação)

    Ao que parece, a tendência é a de que essa prática criminosa aumente em 2022, mesmo com a redução no número de funcionários no trabalho em casa. Para além disso, tem um detalhe importante que, em praticamente todos os setores da economia, sofrerão com o problema cibernético. Por exemplo, o infostealers (software que rouba dados pessoais) e malware que trocam endereços de carteiras digitais são a realidade hoje. Podemos esperar mais ataques desse tipo feitos diretamente contra contratos inteligentes em 2022, atacando os programas no coração das criptomoedas, considerado sensível para o coração financeiro brasileiro.

    Petrópolis possui um dos sistemas mais modernos no mundo em ciberdefesa

     A projeção de aumento recorde nos ataques se deve também ao aprimoramento das táticas usadas pelos hackers contra sistemas de empresas e pessoas. Para contrapor a essas ameaças, novas formas de abordagem e defesa estão disponíveis no mercado. Em Petrópolis, uma das mais caras e modernas tecnologias dentro do conceito XDR – a detecção e resposta estendidas em segurança cibernética que monitora e reduz as ameaças à integridade de sistemas. 

    Recentemente, Aírton Coelho esteve em uma das mais importantes convenções mundiais sobre segurança cibernética, no Vale do Silício (São Francisco), nos Estados Unidos, onde fez uma parceria com a startup americana Stella Cyber para o fornecimento de um programa capaz de identificar e responder às ameaças de ataques de vírus em tempo real. O equipamento disponível na Future Technology, de Petrópolis, é a solução mais moderna que há no mercado e permite não apenas proteger informações sensíveis de uma empresa, mas dar a proteção necessária para evitar prejuízos que muitas vezes chegam a casa dos milhões.

    O software, baseado em Inteligência Artificial (IA), estuda o “comportamento” do seu computador quando utilizado e isso deixa registros que são os algoritmos. Quando há uma ameaça de invasão, essa rotina é quebrada e imediatamente a ameaça é detectada antes mesmo do criminoso virtual ter sucesso em sua tentativa. Ao mesmo tempo, é possível rastrear a origem do ataque e bloqueá-lo. De acordo com Aírton, a IA realiza o trabalho na mesma velocidade com que circulam as informações e ataques maliciosos no Brasil e no mundo.

    “Todas as grandes companhias do mundo já fazem o uso da IA contra a superfície de ataque aos sistemas de uma empresa. Trata-se de um conceito novo que faz aumentar a segurança dos dados e, ao mesmo tempo, identifica e protege contra os vírus que estão cada vez mais sofisticados. Cria-se ações automatizadas de resposta às ameaças, podendo desabilitar o autor dos ataques. Com a capacidade ampliada, você aumenta em 20 vezes sua segurança interna e oito vezes mais rápido para dar a pronta resposta se comparado aos antivírus disponíveis no mercado. Trata-se de proteger os sistemas de uma corporação com mecanismos modernos e eficazes”, finalizou um dos donos da Futuro Technology.   

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