Projeto ‘Sustenta Elas’ ajuda mulheres vítimas das chuvas a conquistarem autonomia e geração de renda

Com a proposta de dar autonomia e ajudar a gerar renda para mulheres vítimas da tragédia em Petrópolis, a ONG Todos Juntos Ninguém Sozinho iniciou, neste mês, o Projeto ‘Sustenta Elas’. A ideia é emancipar essas mulheres, em sua maioria pretas chefes de família, que não conseguem se inserir no mercado de trabalho por terem filhos pequenos.

No curso é oferecido capacitação artesanal de saboaria, macramê e brechó, elas aprendem como fazer, onde vender, como precificar, onde comprar material para novos produtos. De acordo com a fundadora da ONG, Pamela Mércia, o projeto piloto vai trabalhar com 12 mulheres, quatro para cada oficina.

A idealizadora explicou que o trabalho foi feito com mulheres do condomínio Floresta, que antes era um abrigo. Foi selecionado um grupo que tinha o perfil que mais se enquadra na proposta. “Desde início de julho foram feitas visitas e conversas com as selecionadas. O local foi indicação do Ministério Público, trabalhamos com acompanhamento e linkando informações com a Secretaria de Assistência Social”, conta. 

O nome “Sustenta Elas” traz a ideia de não só levantar e empoderar as mulheres vítimas das chuvas, mas também as oficineiras, criando uma rede de mulheres se apoiando. Pamela criou a ONG em 2020 e conta que o Sustenta Elas foi criado a partir da percepção de que só a ajuda com cestas básicas e kits de higiene pessoal não seriam suficientes.

“O reflexo da tragédia das chuvas será refletido por muito tempo e atingiu muitas pessoas de forma direta e indireta. O projeto foi idealizado para mulheres, pois em sua maioria elas carregam a casa. Toda responsabilidade é principalmente das mulheres pretas pois há toda negligência e dificuldade social, como mulher preta, busco levantar sempre outras. A proposta é que elas tenham uma ocupação que possam gerar renda com produtos que não exijam muito gasto na produção e possam fazer em casa, já que muitas têm filhos pequenos e não conseguem trabalhar fora. Implementando também a educação ambiental que é de extrema importância”, explica Pamela.

No último fim de semana, o grupo participou de oficinas de capacitação e de um workshop de automaquiagem, orientação financeira e social. Foi proposto também que elas levassem seus filhos no dia para não terem empecilho. Lá teve um grupo que atendeu as crianças, na parte da manhã elas tiveram educação ambiental no Parque Ipiranga com parceria com Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e, logo depois, recreação. 

A primeira ação do projeto aconteceu no espaço da Eco Brechó Park no Ipiranga, que é um parceiro do projeto e da ONG. “A ideia é inserir essas moças em feiras locais e eventos para incentivar sua caminhada no empreendedorismo”, diz Pamela. Nesse projeto de sábado o projeto contou com a parceria da Eco Brechó Park, Inea, Afipe, Crochemigas, OAB Mulher, Lounges & Cia e voluntários.

Projeto busca apoiadores

Com o projeto já em atividade, a ideia agora é ter verba para manter uma equipe constante para realização de oficinas e acompanhamento. Pamela conta que tudo isso vai depender da verba para custear o projeto durante 2023, o que é muito necessário e importante na vida de mulheres que, além de receberem uma capacitação, empoderamento, ainda saem com a autoestima elevada. A idealizadora afirma que a inclusão da educação ambiental é essencial para quem vive uma catástrofe ambiental.

O projeto conta com voluntárias que ministram os workshops e cursos. Na equipe das oficineiras estão Lola Bianchi, na saboaria, Ariane Edydio, no brechó, Andreza Dalcamim, no macramê, Dressa Ferreira, na automaquiagem, Lis Maduro Sardinha, na orientação financeira, Ana Luiza Castro, na orientação social, Mariana Rocha, nas fotos e Beatriz Ohana, na filmagem.

Como ajudar?

As pessoas podem ajudar doando qualquer valor na chave Pix que é o CNPJ da ONG 46428388000127. Os valores arrecadados servirão para custear gastos para materiais, produtos, oficinas e até alimentação.