‘Além da Ilusão’: gírias são ponto de destaque em trama de época
Atração do horário das 6, a novela Além da Ilusão conta uma história ambientada nos anos 1940. Entre fatos históricos, romances e tramoias, a autora Alessandra Poggi coloca em cena as diversas curiosidades da língua portuguesa da época, repleta de termos e gírias que não se usam mais. Por isso mesmo, atiçam a curiosidade do público em geral, divertindo e revelando como uma geração se portava também por meio do linguajar.
Segunda a autora, o trabalho de resgate das gírias da época começou com uma “pesquisa, que era pequenininha, e a gente foi aumentando à medida que foi conhecendo mais palavras”, explica. Alessandra se aprofundou no tema lendo muitos livros da época, até o momento em que sua colaboradora, Letícia Mey, disse que tinha um dicionário com os termos. A dramaturga conta que não conseguiu ler tudo, mas muitas vezes é ele que fornece o material a ser usado na trama. “Algumas coisas foram mudando com o tempo e outras sumiram completamente”, analisa.
EXPRESSÕES
Para as pessoas de hoje em dia, algumas palavras ou expressões soam engraçadas ou sem sentido. Mas, naquela época, em que é situada a novela Além da Ilusão, era tudo muito claro. Dizer que alguém é cabeça de bagre significa afirmar que se trata de uma pessoa estúpida. É um xingamento, levinho para os dias atuais, claro.
Outra que causa estranheza, e pode ter explicação errada atualmente, cheio de erva é apenas para afirmar que fulano é rico. Já encher a caveira quer dizer que vai beber muito, assim como “tomar uma carraspana” tem o sentido de “tomar um porre”. Algo que esteja na moda? Na época era “a coqueluche do momento”.
Se algo é certo de acontecer, não tem como falhar, então isso são “favas contadas”. Quando o assunto era dizer que a pessoa em questão era bonita, era tascar um “biju, brotinho, uva, mimosa ou teteia”. E, se estivesse cansado, estaria “em pandarecos”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.