‘Reação firme é capaz de brecar intolerância’, diz Presidente do TRE-SP
Um cenário de acirramento, com pouca tolerância e episódios que podem ser barrados por uma “reação firme das instituições” e investigação “isenta”. Essa é a avaliação do desembargador Paulo Galizia, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo – maior colégio eleitoral do País – para este ano de eleições.
O sr. já falou em “pandemia” de desinformação. Como vai ser a atuação do TRE em relação a isso?
Existem mecanismos de contenção, de verificação de desinformações. Temos aqui, e no TSE, setor que busca identificar o mais rápido possível qualquer tipo de desinformação, para fazer a checagem. O que vamos fazer é amenizar (a desinformação). O efeito da desinformação foi grande 2018, menor em 2020 e tende a se estabilizar em 2022. Até porque o eleitor está mais escolado.
Episódios como o assassinato do petista Marcelo Arruda acendem um alerta? Vê riscos à democracia?
Quero crer que sejam fatos isolados, mas uma reação firme das instituições é capaz de brecar, de minimizar isso. Hoje o ataque é ao TSE, ontem foi à ciência, amanhã vai ser à universidade, à imprensa. Essas instituições não estão aqui por acaso. O TRE tem 90 anos, a gente não pode jogar isso fora e não reagir. Se existem esses ataques e são organizados, a gente precisa não ignorá-los e reafirmar nossa crença nas instituições. Deve haver investigação isenta, que essas pessoas sejam punidas exemplarmente para coibir esse tipo de atitude. Porque, se há uma certa tolerância, isso pode se agravar.
Vemos muita discussão sobre ódio e intolerância. Como controlar esse clima?
A melhor forma é mostrar, com o passado da atuação da Justiça Eleitoral, que sempre se deixou as ideias circularem, mas também sempre houve uma restrição aos abusos.
Qual a resposta para a ofensiva contra as urnas?
Primeiro, o jogo está jogado. O campeonato começou, as urnas não foram barradas pelo Congresso. Segunda coisa, essas regras vigoram desde 1996, nunca tivemos comprovação ou alegação séria de fraude. A melhor defesa do sistema eleitoral é nosso histórico.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.