Parados desde outubro, pedalinhos do Cremerie devem ser reativados nos próximos dias
Depois de mais de quatro meses sem funcionar por conta de irregularidades constatadas pelo Corpo de Bombeiros, os pedalinhos do Parque Cremerie podem ser reativados nos próximos dias. O serviço será reavaliado nesta quarta (28), quando os bombeiros devem fazer nova vistoria a fim de verificar se os responsáveis fizeram as mudanças necessárias.
Segundo o proprietário do bar, que funciona dentro do parque e responsável pelos pedalinhos, Erly José de Souza, de 60 anos, todas as exigências do Corpo de Bombeiros já foram atendidas. "Esta semana entreguei toda a documentação pedida e cumprimos todas as exigências que eram de nossa competência. A minha expectativa é que façam logo a vistoria e liberem os pedalinhos para o uso o mais rápido possível", disse Erly.
Entre as exigências dos bombeiros estão a inscrição dos números de cada pedalinho na parte da frente do equipamento, a compra de coletes e o uso obrigatório deles para as crianças menores de 12 anos que ficarem sozinhas nos pedalinhos, a contratação de um guardião de piscina credenciado, um laudo técnico de engenheiro naval, seguro de responsabilidade civil e instalação de baias ao redor das ilhas.
"Comprei 10 coletes para as crianças menores de 12 anos, contratei o guardião e fiz um seguro civil para as pessoas que forem utilizar os equipamentos. E por causa das baias,, agora é proibido passear ao redor das ilhas. O lago está assoreado nestes trechos e a limpeza é de responsabilidade da Prefeitura", explicou o proprietário do bar. Os passeios de pedalinhos – 13 no total – começaram no parque em 1976. Desde então, segundo Erly, nunca houve nenhum tipo de exigência para o funcionamento dos equipamentos.
Além da ausência dos passeios dos pedalinhos, o parque também apresenta outros problemas: as pontes sobre o lago estão enferrujadas, algumas luminárias estão quebradas, parte do terreno das ilhas está desabando dentro do lago e as duas piscinas estão desativadas. Uma delas é aquecida e era usada para as aulas de hidroginástica da Academia da Saúde.
Segundo o administrador do parque, Luiz Roberto de Souza (Brazilino), a piscina foi fechada há quatro meses e só será reativada quando o processo licitatório para a contratação de guarda-vida e de manutenção estiver concluído. Em nota, a Prefeitura informou que está abrindo a licitação, mas não deu prazo de quando será concluído.
Apesar da falta de cuidado com o espaço, o parque atraiu milhares de visitantes. Só no ano passado, foram 144 mil. O casal Benedita do Socorro, de 54 anos e Ricardo Dias, de 55 anos, conheceu o parque na manhã de ontem (27). "Já conhecíamos Petrópolis, mas é a nossa primeira vez aqui no parque. É uma pena que os pedalinhos não estejam funcionando, porque é mais uma atração para um espaço tão bonito como este", disse a dona de casa. O casal está morando em Petrópolis há um mês, fugindo da violência no Rio de Janeiro. "Lugares como este são lindos e precisam ser preservados", ressaltou Benedita.
Ainda na nota, a Prefeitura informou que realiza a manutenção de toda a área e estuda como viabilizar mais investimentos para o parque. A Prefeitura também irá abrir licitação para a exploração do bar. No fim do ano passado, a responsabilidade do parque passou da Comdep para o Instituto Municipal de Cultura e Esportes (IMCE).
O Parque Cremerie fica em uma área de 40 mil metros quadrados e em 2017 recebeu 144 mil visitantes. Ele fica aberto de 8h às 17h, com entrada gratuita. O parque era a antiga Crémerie Buisson, fábrica de queijos de Jules Buisson, fundada em 1845, cujos produtos eram conhecidos em todo Brasil. Mais tarde, a Crémerie foi adquirida pela família Sixel, transformada em hotel e posteriormente em área pública.