• Sem investimento, primeira Bauernfest presencial deve ser menor do que as anteriores

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  • De acordo com o município, espaços como a Praça da Liberdade não devem contar com programação, além de marcas da tragédia espalhadas pela cidade

    09/07/2022 08:30
    Por João Vitor Brum

    A 33ª Bauernfest, a primeira edição presencial, após dois anos de pandemia e a tragédia que atingiu a cidade no início deste ano, é uma das mais esperadas da história da festa. Mas, para quem está aguardando uma festa nos moldes de antes da pandemia, pode se decepcionar. Nas ruas da cidade, as marcas da tragédia ainda são muitas, em especial na região do primeiro distrito, onde a Bauern se concentra. Isso, unido ao cofre “praticamente zerado” da Prefeitura, para investimento na comemoração, pode significar um passo atrás para a realização do evento, que em sua última edição, em 2019, reuniu quase 500 mil pessoas em Petrópolis.

    A pouco mais de um mês para o início da festa, que acontece entre os dias 12 e 28 de agosto, foi anunciado, de forma tímida em assembleia do Conselho de Turismo, que não haverá programação na Praça da Liberdade, que deve receber apenas decorações, sem os shows que já tinham se tornado tradicionais.

    A Bauern ganhou proporção nacional quando os palcos da festa foram ampliados por outros pontos do Centro Histórico, como as praças da Liberdade e da Águia, Clube Petropolitano e espaços particulares. Até mesmo alguns bairros, por conta própria, ganhavam as cores da Alemanha. Mas, agora, com grande parte dos bairros em obras, ou como a maioria, ainda muito prejudicado em consequência das chuvas, o colorido da festa deve se concentrar apenas no espaço tradicional, que também está em obras. 

    Entre os imóveis particulares que receberam programação nos últimos anos, um está em obras para se tornar um supermercado e outro foi transformado em escola. Em pleno funcionamento, seguem apenas as cervejarias, que dessa vez prometem se tornar a atração principal.

    Nesta semana a Tribuna noticiou a dificuldade que a Prefeitura está encontrando para conseguir promover a festa com tão poucos recursos. Uma alternativa sugerida pelo Instituto Municipal de Cultura (IMC) para garantir o conserto das barracas que são utilizadas no entorno do Palácio, foi usar o dinheiro do Fundo Municipal de Turismo. O Fundo que, de acordo com a legislação, deve ser gasto com a promoção de políticas públicas em favor do turismo, será usado, pela primeira vez, para manutenção dos equipamentos para a realização da festa.

    Além disso, como já mostrado pela coluna Les Partisans, a Prefeitura enfrenta também dificuldade em conseguir patrocínio para o tradicional chope e demais bebidas da festa. As licitações para o patrocínio desertaram nas duas oportunidades, uma terceira chamada está marcada para o próximo dia 25 de julho.

    Corrida contra o tempo para entrega da obra no Palácio de Cristal

    Enquanto isso, o palco principal, o Palácio de Cristal, continua em obra, ainda sem data para reinauguração. E mesmo que o Palácio fique pronto, pelo menos dois deslizamentos de grande proporção na encosta em frente para a Rua Padre Siqueira não vão deixar que turistas e moradores se esqueçam das marcas deixadas pela tragédia.

    Problemas como o desnivelamento do terreno do Palácio atrasaram ainda mais a conclusão da obra, que já teve pelo menos dois prazos descumpridos apenas neste ano. Em visita recente ao espaço, a reportagem da Tribuna notou que apenas a limpeza do telhado havia sido concluída, com a obra dos banheiros e de jardinagem com poucos avanços.

    Ruas interditadas prometem trânsito caótico

    As marcas das chuvas também estão presentes em todos os caminhos que levam até o Centro, em especial pelo Quitandinha e pelo Bingen, principais entradas da cidade. E com o trânsito cada vez mais caótico causado por ruas ainda interditadas e por (poucas) obras em andamento, os motoristas e passageiros devem ter bastante tempo para observá-las.

    O trânsito, claro, é um problema crônico durante o período da Bauernfest, mas o aumento no fluxo de veículos somado às interdições (totais e parciais) ou mudanças de sentido em importantes vias, como as ruas Monsenhor Bacelar, Washington Luiz e Avenida Portugal devem dar um nó ainda maior nas vias da cidade.

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