Rua em Itaipava tem esgoto a céu aberto há mais de um ano; falta de saneamento básico e mal cheiro incomodam moradores
A Rua Alameda da Aclimação, localizada depois da Estrada das Arcas, em Itaipava, sofre com um problema de esgoto a céu aberto desde fevereiro de 2021. Moradores do local relatam que já recorreram ao Ministério Público, Prefeitura de Petrópolis e a Águas do Imperador, mas que até o momento nada foi feito.
Valéria Fialho comprou uma casa no bairro há cinco anos, mas mudou para o local somente em 2020, ela fala dos problemas que enfrentam. “Algumas casas usam a rede de água pluvial para jogar o esgoto, a maioria daqui tem fossa e sumidouro. Existe uma casa mais embaixo que o morador entupiu a rede de água pluvial, então não tem como desembocar no rio e acaba vindo pra rua”, conta a moradora.
Além dos problemas com o mau cheiro, Valéria diz que a rua está ficando esburacada e há risco até da rua desabar sobre outras casas. Em busca de melhorias, os moradores fizeram um rateio para fazer um recapeamento, com isso, foi feito um quebra mola, o que acabou fazendo com que todo o esgoto fosse desviado para o muro da casa de Valéria. Devido ao problema, a moradora precisou fazer uma obra estendendo a rampa da casa para não pisar no esgoto. “Isso pode afetar a estrutura do meu muro e ele pode vir a cair. A situação já está ficando completamente insustentável”, desabafa.
Na tentativa de uma solução para o problema, uma outra moradora, a Maria José, buscou órgãos competentes para resolver o caso, mas sem sucesso. Em resposta à Tribuna, a Secretaria de Obras informou que um morador provocou a obstrução da rede de esgoto e que já foi determinado a ele que faça a desobstrução.
Também questionada pela Tribuna, a Águas do Imperador informou que não tem serviço de coleta de esgoto no local, e que foi informado ao Ministério Público em novembro de 2021. De acordo com a concessionária, a drenagem utilizada pelos moradores foi construída pelo loteador e o atual problema de empoçamento do esgoto deve-se ao fato de um morador, proprietário de um terreno por onde passa a tubulação, ter bloqueado a rede.
Os vizinhos contam que o morador responsável pelo problema na rua foi intimidado pelo Ministério Público no dia 3 de junho do ano passado, mas, segundo moradores, ele não tomou ciência. Ainda de acordo com os vizinhos, no início de maio, o homem autorizou que os órgãos competentes fizessem o serviço necessário. No entanto, foi solicitado pela Prefeitura e pelo MP que o morador fizesse um documento assinado contendo a autorização e a condição de que nunca mais ninguém mexesse na tubulação para fechar. Porém, devido a condição imposta pelos órgãos, os vizinhos contam que ele desistiu da autorização e deixou que o problema fosse resolvido com o advogado da família.
Maria José diz que, devido a tubulação de água fechada, quando chove formam diversos buracos em toda a via, o que atrapalha a circulação de pedestres e veículos. “Não dava pra andar a pé, nem de carro, porque o carro cai no buraco quebra a mola, fura pneu e a gente a pé também estava ruim porque em alguns pontos a rua não tem luz direito”, conta.
A fim de amenizar os problemas da rua, foi feito um mutirão entre os vizinhos para arrumar os buracos. Cada morador deu um saco de cimento e a Prefeitura ofereceu uma brita e mais cimento. “Trabalhamos por uns seis finais de semana e tapamos os piores buracos que tinham na rua. Agora essa questão da água nós não temos o que fazer. Esse é um serviço delicado, é serviço para quem sabe fazer porque se fizer uma coisa mal feita, a chuva pode até destruir a tubulação e estragar a rua toda”, desabafa.
A Tribuna entrou em contato com o Ministério Público, mas até o fechamento desta matéria, não tivemos retorno.