• As castas e o ódio

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  • 17/02/2018 14:30

    A política, assim como a Polícia, é um mal necessário. Ela desperta uma gama de sentimentos, inclusive o ódio. “Deparei-me, nesta Tribuna, com a coluna intitulada “O Poderoso Chefão”, escrita com o afã de quem não pertencendo obviamente a casta alguma, briga pelas migalhas dos banquetes do andar de cima”. Todos que se levantaram, ou se movem contra estas castas foram e são igualmente atacados pela ignorância e irracionalidade dos cães de guarda. Desde o Imperador D. Pedro II, passando por Getúlio Vargas, JK, Jango, Brizola e, agora, Lula; todos os que tiveram a oportunidade de apresentar ao Brasil um projeto nacional, soberano (independente de coloração ideológica) foram duramente agredidos em suas honras, em suas famílias, vidas privadas, vidas públicas e políticas. Sofreram golpes e perseguições. Tiveram contra si a união das mesmíssimas castas desde todo o sempre, incluída aí a casta jurídica, sempre disposta a lutar por privilégios para si, guardiã do arcabouço legal que visa perpetuar e institucionalizar a injustiça.

    Todos os citados enfrentaram acusações que se mostraram, ao filtro do tempo e da História, inconsistentes e insidiosas. Não será diferente com Lula. Ao longo dos anos de poder, em nome da paz social e da viabilidade das políticas públicas inclusivas, Lula tolerou parcialmente a ação destruidora dessas castas e, até mesmo, se iludiu de que era por elas tolerado. Um erro de avaliação política fatal, incompatível com sua fama de fenômeno intuitivo de estratégia.

    Logo que possível, a casta política rompeu as regras do jogo democrático, o equilíbrio parlamentar, a convivência e o diálogo para perpetrar o Golpe de Estado. Foram escudados pela casta econômica, que trabalhou contra o País e colaborou na destruição de todas as conquistas sociais e dos avanços alcançados em mais de uma década. Por fim, a casta jurídica dá sua colaboração neta ópera bufa que visa impossibilitar a retomada de um projeto nacional autônomo, inclusivo e soberano.

    Quem desconhece o discurso de Aécio Neves, assim que perdeu a eleição para Dilma, prometendo que lideraria no Congresso um boicote ao Governo Federal capaz de parar o País e destruir a economia? Ora, que prova melhor da saúde econômica de então que a confissão do líder da oposição de que, para destruir tamanho sucesso, era necessária uma ação política contrária?

    Quem nunca foi apresentado à frase síntese de Romero Jucá, pego por uma gravação, de que era necessário “um grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo, para golpear a democracia e a estabilidade, assim livrando a cara dos verdadeiros bandidos? Sim. ele disse em alto bom som “com o Supremo, com tudo” E o Supremo não se viu sequer tentado a questioná-lo a respeito. Quer confissão maior de envolvimento? Por isso, voltam à carga os cães de aluguel, os espalhadores de ódio. Agora sentem-se respaldados pela casta jurídica, aquela cujos principais astros se vêem desmoralizados por auxílios-moradia, auxílios-educação, vendas de sentenças, habeas-corpus escandalosos, reuniões suspeitas com grande empresários, compras de processos, Iawfare, condenações sem prova, truculência compadrio, negociatas e toda a toda a sorte de desvios éticos, morais e legais. Se há alguém que desrespeita a Justiça e jogou na lama as leis foi a própria casta jurídica. Esta é a grande farsa já há muito denunciada pela imprensa independente do Brasil, notadamente na Internet. Agora está escancarada nas páginas do New York Times, do Financial Time, no El País, da BBC, do Washington Post, do Le Mond, enfim de toda a imprensa livre do mundo. Ou seja, o Brasil é visto pelos países desenvolvidos como uma cilada, um país mergulhado na corrupção e na ilegalidade, um pária internacional que sinaliza incerteza jurídica e irresponsabilidade política e social.

    Esta é a obra acabada do ódio das castas e de seus cães de guarda.

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