Como chegar ao Mestre?
Muitas e muitas vezes, direcionamos a nossa atenção ao Mestre, pretendendo alcançar um patamar de elevação para podermos vê-Lo em nossa mente, senti-Lo junto a nós e recolher as intuições mais amplas, a nos ajudarem a suavizar nosso viver.
Trabalhamos, convivemos, tentamos acertar os passos, elaborar melhores sentimentos, aliviar os remorsos, cumprir deveres e obrigações. Temos dificuldade em observar fatores novos que, na nossa incultura de criatura encarnada, não são percebidos. Enfim, quando a nossa alma aceita uma orientação mais profunda e ampla de Jesus, de Seus mensageiros, é que já estamos abertos a recebê-Lo. Mas receber Jesus em nós é algo muito sério, vai exigir muita responsabilidade, perseverança, disciplina e luta íntima.
Como conseguir isso? Como vencer a nós mesmos? Procurando a nós, em Espírito, a cada dia, observando quais as nossas reações, os sentimentos que exalamos e as nossas tendências evolutivas.
As tendências humanas e as espirituais estão todas alinhadas numa mesma vida e serão elas, basicamente: relacionar o bem que prestamos; as mazelas que nos envolvem ainda em atitudes, pensamentos e palavras; observar a nós mesmos em circunstâncias difíceis, nos momentos em que a emoção atinge o auge do descontrole; ajuizar, com firmeza e sem medo, o que fazemos e pensamos, sem colocar panos quentes em nenhum instante.
Observando tudo isto, quer dizer, o nosso mundo íntimo e o mundo social, perceberemos qual o nosso patamar espiritual diante de Jesus, se queremos dar uma nova passada ou se queremos permanecer onde estamos. Caberá a cada um de nós discernir e saber que o crescer nos impõe regras de conduta, nos envolve em responsabilidades e deveres, mas, também, nos traz os benefícios da paz, da concordância numa compreensão maior diante de tudo que nos acontece e das almas que caminham conosco e, principalmente, diante das que estão envolvidas nos elos consanguíneos. Tudo isso nos imporá disciplina, disciplina e disciplina.
Estaremos prontos a nos disciplinar dessa forma? Caberá, irmãos, a cada um de nós decidir, embora sabendo que não será fácil, principalmente, por estarmos encarnados, porque neste globo primário nos defrontamos, além das nossas inferioridades, com as do meio que nos cerca e com a diversidade do próprio progresso material, que incute em nós a valorização somente da matéria densa, afastando-nos do nosso lado espiritual.
Com isso estamos, posso dizer, no meio de dois fogos cruzados: a matéria densa, a exigir progressos na materialidade e atitudes que devem estar sempre em acordos com "as modas" e as nossas intempéries e dificuldades espirituais que caminham conosco por séculos.
A luta será grande, são dois dragões a nos quererem consumir. A quem daremos o alimento? Ao dragão da materialidade ou a esse dragão que escondemos dentro de nós e que veio para se disciplinar e ser adestrado, mas que, às vezes, tem preguiça, foge da disciplina e não quer obedecer às leis que precisa cumprir?
Nessa vivência carnal temos opções, embora, na maioria das vezes, sejam duras e de difícil escolha. Mas, se aqui viemos, é por necessitarmos aprender quais são as melhores para nós, quais os caminhos que nos ofertarão mais amplas condições de crescimento, mesmo que sejam árduos e sacrificantes. Aqui continuamos amigos, por estar em dívida com as leis divinas, por não nos consolidarmos em uma justa moral ou distantes dos valores que a própria doutrina cristã nos aponta. Quando será que iremos dar as passadas necessárias a podermos sair vencedores de mais uma etapa encarnatória?
Lembremos, irmãos, que Jesus nos deixou as regras desse crescimento. A subida é difícil e árdua, as regras para a escalada exigem de todos nós persistência, disciplina e vontade. Portanto, ninguém fará isso por nós, embora o Mestre Nazareno nos faculte a escalada, dando-nos a misericórdia das reencarnações e esperando pela vontade de cada um, que queiramos chegar até Ele.