Bruno e Dom: ‘Tem fundamento’, diz delegado sobre versão de novo suspeito
O delegado Roberto Monteiro, da Delegacia de Polícia Civil Seccional Centro, disse nesta quinta-feira, 23, que a versão do homem que se apresentou na capital paulista para confessar participação no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do repórter britânico Dom Phillips parece estar bem fundamentada.
“É uma versão que tem fundamento”, afirmou. “Ele relata com muita riqueza de detalhes.”
Ainda segundo o delegado, as informações prestadas pelo suspeito começaram a ser verificadas pela Polícia Civil. “Nós também confirmamos alguns álibis, algumas informações”, acrescentou sem dar mais detalhes.
O crime aconteceu no último dia 5, na região do Vale do Javari, no Amazonas. A Polícia Federal (PF), responsável pela investigação, ainda não confirmou se ele está entre os suspeitos de envolvimento no duplo homicídio.
O homem foi identificado como Gabriel Pereira Dantas. Por voltas das 6 horas, ele procurou policiais na região da Praça da Sé, no centro de São Paulo, e disse que queria confessar o crime. O suspeito relatou ter participado diretamente dos assassinatos e da ocultação dos corpos.
A delegada Maria Cecília Castro Dias, titular do 2.º Distrito Policial, no Bom Retiro, foi quem tomou o depoimento. Ela entrou com um pedido urgente de prisão temporária na Justiça de São Paulo.
Depoimento
Em depoimento à Polícia Civil, Dantas contou que, no dia do crime, estava bebendo com Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, que também já confessou participação do assassinato, quando os dois saíram de barco. Eles teriam encontrado a embarcação de Bruno e Dom no rio Madeira, na altura da comunidade Vila Isabel. O suspeito afirma que o jornalista e o indigenista não tinham “prática em andar rápido” e foram alcançados após uma perseguição. O novo preso atribui a execução a Pelado, que segundo ele usou uma espingarda calibre 16, mas confessa ter ajudado a ocultar os corpos e a afundar o barco das vítimas.
Dantas disse que deixou Atalaia do Norte após o crime. Ele afirma ter passado por Santarém (PA), Manaus (AM) e Rondonópolis (MT) antes de chegar na capital paulista, onde estava morando nas ruas. Um caminhoneiro, que segundo o suspeito teria lhe dado carona até São Paulo, está sendo ouvido na cidade de Rio Verde, Goiás, para testar a versão.