O poderoso chefão
Surrealismo puro quando presenciamos o homem “mais honesto do país” desafiar a Justiça, confirmando a observação que fiz em crônica anterior: “de Lula ao óbvio, a ignorância pulula”. Julga-se o “poderoso chefão”, o Dom Corleone tupiniquim, que todos têm de lhe beijar a mão, o “grande ditador” patético, que em tudo manda, atropelando as leis e pisando na Constituição, ignorando que todo fanático é o único dono supremo da verdade, portanto, um totalitário. Imbuído de um auto endeusamento, adorado pelos fanáticos seguidores, se julga tão poderoso na soberba e arrogância, acima de qualquer crítica e, até, acima do Criador Supremo quando se deu ao luxo, dentro de sua paranoia, de se engalanar como tal. Mas como disse o chanceler alemão, Konrad Adenauer, “Deus foi injusto – criou sérios limites à inteligência humana, mas nenhum a sua burrice”.
Parte do povo quer defendê-lo, tanto os de baixa renda do bloco do pão com “mortandela”, como os magnatas, agiotas imorais, das grandes empresas quando, sem o menor pudor, o classificam como “o maior presidente que o país já teve” sem explicarem de onde provêm todas as mazelas pelos quais estamos passando, senão pelos governos petistas, antecipados por um “bate e assopra” que sempre o defendeu em surdina.
Falta de criatividade de políticos demagogos, uns imitam os outros, declarando cinicamente que preferem vê-lo derrotado nas urnas que ser preso quando, para qualquer cidadão de bem é degradante uma prisão, mas não para políticos que a transformam em palanque eleitoral diante de bajulação geral – a praga do fanatismo que sempre é cego, como ocorre. Mas o que ninguém questiona são dois pontos inexplicáveis: como consegue se locomover somente em jatinhos particulares – de empresários? E o mais grave: quem está custeando essa caravana de advogados para trabalharem em sua defesa, há tanto tempo e se tudo sai de seu bolso, onde está a Receita Federal que não investiga?
Obviamente, os que o defendem e clamam por sua volta ao governo, devem estar felizes com o caos que o país se transformou com a corrupção desenfreada. Por certo, são mercenários inimigos da pátria, que não se preocupam com um futuro para as novas gerações, nem com a dignidade do país perante o mundo, com o grande potencial econômico que poderia ser e não esta fantasia que aí está. Portanto, diante dos fatos e reações, não sabe-se qual a melhor destino – (se o STF deixar) – corrente nos pés ou camisa de força?
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