Policiais da 105ª DP participam da 2ª fase da Operação Resina, que visa desarticular associação criminosa especializada em desvio de cargas
Policiais da 105ª Delegacia de Polícia (DP) do Retiro atuam, nesta terça-feira (14), na segunda fase da Operação Resina, que visa desarticular associação criminosa especializada em desvio de cargas. A operação é realizada pela Secretaria de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro em parceria com o Ministério Público do Rio. Policiais da 61ª DP (Xerém) também participam da ação desta terça que tem como objetivo cumprir 21 mandados de busca e apreensão na Zona Oeste do Rio, nos bairros de Sepetiba, Campo Grande, Cosmos, Santa Cruz, Guaratiba, além de Icaraí, em Niterói, e no município de Rio Claro, em São Paulo.
As buscas em São Paulo contam com o apoio da Polícia Civil Paulista e tem como foco um empresário suspeito de receptar toneladas de resina desviadas da empresa CPR Indústria de Comércio e Plástico. Equipes da 61ª e 105ª DP encontram-se em diligências nos bairros do Claret e na Rodovia Washington Luiz.
A segunda fase da operação tem como foco principal o combate ao crime de receptação de ferro, alumínio e aço, e são cumpridas buscas em estabelecimentos comerciais e nas residências dos sócios das respectivas sociedades.
Dois dias antes da deflagração da 1ª fase da operação, ocorrida no dia 01/06, os investigados noticiaram falsamente na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) um crime de roubo de carga de vergalhão, supostamente ocorrido na divisa entre os municípios de Duque de Caxias/Xerém e Petrópolis.
A investigação demonstrou que se tratava de uma farsa e a carga de aço, avaliada em R$ 150 mil, foi destinada a empresários da Zona Oeste do Rio. Segundo apuração dos agentes, os empresários também estariam envolvidos em dezenas de outras fraudes relacionadas a aço, alumínio e ferro, ocasionando um prejuízo ao setor de R$ 2 milhões.
A investigação constatou, ainda, ao menos 20 roubos de cargas que não ocorreram, ocasionando uma supernotificação dos indicadores de roubo de carga.
Como a associação atua
Os criminosos utilizavam variadas plataformas de anúncios de frete pela internet para escolher os alvos. Em seguida, após contratados pelas empresas desviavam a carga diretamente para os empresários investigados.
Segundo a Polícia Civil, uma das formas de atuar da associação criminosa funcionava do seguinte modo: empresas publicavam cargas e fretes em uma plataforma online de transporte rodoviário de carga enquanto que os motoristas procuravam fretes compatíveis com seus veículos. Após a negociação do frete e carregamento do caminhão, outro motorista assumia a direção do veículo e desviava a carga para os receptadores. Já o primeiro motorista era responsável por comparecer em sede policial para realizar um registro de ocorrência, afirmando que teria sido roubado.