• Pedágio caro e pavimento precário marcam BR-040

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  • 26/01/2018 17:55

    A falta de investimentos em conservação e manutenção da Rodovia BR-040 está cada vez mais visível. Quem passa pelo trecho entre o Rio e Juiz de fora sabe que apesar de algumas operações de recapeamento e tapa-buracos feitos pela concessionária responsável, a situação é precária em diferentes vários da rodovia. 

    Tanto na subida quanto descida da Serra de Petrópolis os motoristas são surpreendidos com buracos pelo asfalto o tempo todo. Em alguns pontos as crateras ficam escondidas em curvas ou pontos cegos do veículo, que pode acabar provocando um acidente num dos trechos mais perigosos da autoestrada. Em Petrópolis, entre o Quitandinha e o Bingen, a pista sentido Juiz de Fora está repleta de buracos e rachaduras. Por lá foi feito até um trabalho de recapeamento nas últimas semanas, mas poucos dias depois novas crateras já voltaram a surgir. “Isso mostra a péssima qualidade do que é utilizado, e consequentemente do serviço prestado nessa rodovia. Eu particularmente se pudesse evitaria, mas é que a Serra Velha está tão ruim que ainda vale a pena cair nesses buracos. Mas está horrível. Lastimável. É revoltante você ter que pagar um pedágio caríssimo e ainda ter seu carro prejudicado pela falta de retorno dessa despesa que a gente tem”, desabafou Antônio Pedro do Carmo Salvini, empresário.

    Também na pista sentido Juiz de Fora, entre o acesso à Rua Bahia, no Quitandinha, e a saída para a Avenida Lúcio Meira, no Bingen, a situação é ainda pior: onde havia buracos agora existem ressaltos e desníveis que acabam desregulando as suspensões e até mesmo a direção dos veículos. “É perigoso porque você entra numa curva dessas em velocidade regular e acaba se perdendo, porque a direção não responde. É uma trepidação muito grande em pista que se anda em alta velocidade. Autoestrada assim não pode ter trepidação. Parece que você está passando em paralelepípedo”, disse o taxista Maurício Alencar. 

    Dentro dos túneis a reclamação é outra: a iluminação é considerada fraca pelos motoristas. “Você entra num túnel desses e mesmo com farol aceso não enxerga quase nada. Parece noite. Aí se o seu carro quebrar ou se você tiver algum problema você fica como? De mãos atadas”, completou Maurício. 

    Incerteza no futuro do Contorno

    Quase três meses depois da abertura de uma cratera de mais de 30 metros de diâmetro às margens da rodovia, na região do Contorno, a situação pouco mudou. A cratera, que se abriu sobre uma área onde estava sendo construído um túnel, foi preenchida por pó de pedra e um trabalho de recuperação na superfície do buraco foi feito pela empresa responsável pela rodovia. No entanto, o local ainda está interditado e sem previsão de retorno. 

    No mês passado o juiz da 4ª Vara Cível encaminhou o processo movido pela Prefeitura contra a Concer, para a Justiça Federal. Na decisão, o juiz disse que aceitou os argumentos do Ministério Público Estadual (MPE) para que o caso seja acompanhado pela Justiça Federal, e a promotora de Justiça Zilda Januzzi apontou que a ação deve tramitar em âmbito federal, sobretudo por se tratar de uma área de concessão da União.

    Enquanto o processo corre fora da cidade, a situação por aqui continua a mesma. A pista sentido Rio está interditada entre o Duarte da Silveira e o Bingen, e o trânsito opera em mão dupla, gerando retenções e atrasando a vida de muita gente. Além disso, como se já não bastasse o número de mais de 200 pessoas que não podem voltar pra casa, quem mora próximo também tem medo de novos acidentes. 

    A Tribuna questionou a Defesa Civil, Concer, Prefeitura de Petrópolis e Justiça Federal sobre o caso. Mas até o fechamento dessa reportagem, nenhum dos órgãos se pronunciou.

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