• Especial Dia Internacional do Arquivo: a importância incalculável do Arquivo do Museu Imperial para Petrópolis e para o Brasil

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  • Por Aghata Paredes

    Cada pessoa possui sua própria identidade, única e intransferível, sua certidão de nascimento, documento de identificação e assim por diante. A mesma premissa vale para as instituições. Afinal, como saberíamos daquilo que aconteceu no passado, mesmo que recente, sem documentos? 

    No Dia Internacional do Arquivo, conversamos com uma colaboradora do Núcleo de Acervo Arquivístico do Museu Imperial sobre a importância do acervo do local para Petrópolis e para o Brasil. 

    Foto: Divulgação

    Segundo Maria Celina Soares, o acesso aos arquivos é aberto conforme os contratos de doação, com o objetivo de tornar público documentos que registram a história do Império, da Família Imperial e de Petrópolis. “Esses documentos mostram como era a vida em sociedade, as relações políticas, econômicas e familiares, o que permite refletir e ampliar narrativas já consolidadas, servindo de novas fontes para a pesquisa histórica. É preciso ter um equilíbrio entre o acesso e a preservação de documentos já fragilizados com o passar do tempo, o que demanda grande responsabilidade por parte dos profissionais.”, explica.

    Preservar a memória de cada pedacinho da nossa cidade é uma tarefa minuciosa. Na prática, os documentos são cuidadosamente acondicionados em papéis especiais para conservação, sofrem uma higienização mecânica para a retirada de sujidades e clips enferrujados. Quando necessário, é feita uma restauração por profissionais especializados. O manuseio é feito sempre com luvas e as páginas são passadas com a ajuda de espátulas. 

    No Arquivo do Museu Imperial podem ser encontrados cerca de 200 mil documentos: textuais; iconográficos, como fotografias, gravuras, litogravuras e desenhos; além de documentos sonoros, que vão desde o o século XIX até o início do século XX. “São documentos de origem pública e privada, com ênfase em coleções particulares de descendentes de famílias alemãs que colonizaram Petrópolis.”, conta Maria Celina.

    Questionada sobre a importância do arquivo para Petrópolis e para o Brasil, Maria Celina escolhe o único adjetivo possível para melhor descrevê-lo: incalculável, principalmente considerando que se trata de documentos únicos, sem similares. “Muitos são oficiais e registram fatos oficiais, outros são fruto de momentos e atividades pessoais, revelando opiniões e sentimentos, o que permite um outro olhar sobre os mesmos fatos oficiais.”, explica. 

    Foto: Divulgação

    Sobre o que enxerga de mais bonito no trabalho desempenhado pelos arquivistas, ela diz que é justamente a possibilidade de “tirar da gaveta” documentos antes desconhecidos ou inacessíveis e dar a eles um tratamento de conservação e de descrição, possibilitando seu uso para a pesquisa histórica. “É um trabalho minucioso, delicado mas, no entanto, muito prazeroso.”, conclui. 

    Para ter acesso aos arquivos, o pesquisador deve se informar sobre o perfil de acervo da instituição e ir ao site para verificar os acervos disponíveis. Graças à digitalização do Acervo do Museu Imperial, atualmente, é possível navegar pelas coleções e aprender um pouco mais sobre a história do Segundo Reinado brasileiro.

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