Oito dos 9 grupos do IPCA tiveram alta de preços em maio, afirma IBGE
Oito dos nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registraram altas de preços em maio, informou nesta quinta-feira, 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A única deflação ocorreu em Habitação (-1,70%). As famílias gastaram mais com Alimentação e bebidas (0,48%), Saúde e cuidados pessoais (1,01%), Artigos de residência (0,66%), Vestuário (2,11%, impacto de 0,09 ponto porcentual), Transportes (1,34%), Despesas pessoais (0,52%). Educação (0,04%) e Comunicação (0,72%).
Em Saúde e cuidados pessoais, houve pressão da alta dos produtos farmacêuticos (2,51%), maior pressão individual no índice de maio, 0,08 ponto porcentual, juntamente com as passagens aéreas.
Os planos de saúde, por sua vez, seguem em queda (-0,69%). O reajuste de 15,5% aprovado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no dia 26 de maio será incorporado a partir do IPCA-15 de junho, seguindo a metodologia empregada nos anos anteriores.
“A alta nos planos de saúde autorizada pela ANS será observada no IPCA de junho”, frisou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
O resultado do grupo Vestuário foi puxado pelos aumentos das roupas masculinas (2,65%), roupas femininas (2,18%) e roupas infantis (2,14%). O item calçados e acessórios subiu 2,06%, mas as joias e bijuterias recuaram 0,34%.
“Vestuário teve aumento sim do preço do insumo, mas também teve colaboração aí de inflação de custos, alta de energia elétrica e alta de combustíveis”, justificou Kislanov.
Em maio, houve alta de preços em 15 das 16 regiões que integram o IPCA. A taxa mais acentuada ocorreu em Fortaleza (1,41%), enquanto a única queda foi registrada em Vitória (-0,08%).
Difusão
O índice de difusão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, passou de 78,25% em abril para 72% em maio, segundo o IBGE.
“A difusão do IPCA acima de 70% está acima de anos anteriores”, confirmou Pedro Kislanov. “De fato, a inflação nos últimos meses está mais espalhada que nos últimos anos, mas está menos espalhada em relação a abril”, completou o gerente.
A difusão de itens alimentícios passou de 79,17% em abril para 65% em maio. Já a difusão de itens não alimentícios ficou em 78% em maio, mesmo resultado de abril. “Como a alta foi menos espalhada entre os alimentos, isso contribuiu para a redução do índice de difusão como um todo”, apontou Kislanov.
“Agora em maio, além de energia elétrica, a gente tem um recuo marcado por alguns alimentos que vinham aumentando nos meses anteriores, como tomate e batata”, acrescentou.
A energia elétrica teve uma queda de 7,95% em maio, ajudando a conter a taxa do IPCA em 0,36 ponto porcentual, item de maior contribuição negativa.Outros alimentos importantes na cesta de consumo das famílias também contribuíram para o arrefecimento da taxa de inflação: tomate, -0,10 ponto porcentual e -23,72%; cenoura, -0,03 ponto porcentual e -24,07%; frutas, -0,02 ponto porcentual e -2,30%; e batata, -0,01 ponto porcentual e -3,94%. Juntos, os quatro itens baixaram o IPCA de maio em 0,16 ponto porcentual.
“Os alimentos têm um efeito sazonal forte. O período mais seco facilita a colheita e aumenta a oferta de produtos no mercado”, justificou Kislanov. “De maneira geral, sim, é questão de aumento de oferta, mas em alguns casos têm redução de demanda envolvida”, completou ele, mencionando que houve queda na procura por cenoura, que vinha aumentando há meses, ficando com preço mais elevado do que de outros legumes.