Sesc leva música de câmara a seis cidades de São Paulo
Um programa de música contemporânea para crianças, orquestras de câmara, piano, violão, estreias de obras, quintetos, canto, coro. A música de câmara é vista como veículo para uma experiência musical intimista, avessa às grandes formas. Se a definição não está errada, também é certo dizer que, dentro desse guarda-chuva, cabem diferentes possibilidades. E, a partir delas, o Festival Sesc de Música de Câmara realiza entre esta quinta-feira, 9, e o dia 26 de junho sua quarta edição.
A programação vai ocupar diferentes palcos em seis cidades do Estado de São Paulo. Além da capital, Guarulhos, Jundiaí, Sorocaba, Mogi das Cruzes e Ribeirão Preto. As apresentações ocorrem em unidades do Sesc, teatros como o Pedro II, de Ribeirão Preto, e em igrejas – a Catedral de Mogi das Cruzes e a Catedral Presbiteriana, em São Paulo.
A abertura nesta quinta-feira, às 20 horas, no Sesc Consolação será com os músicos do Ilumina Festival, idealizado pela violista norte-americana Jennifer Stumm, e a estreia mundial de Iluminuras, obra encomendada a André Mehmari. Todas as principais atrações se revezam em concertos nas cidades incluídas na programação.
Um dos destaques é a Missa de Santa Cecília, do padre José Maurício Nunes Garcia, que será apresentada pela Osesp, pelos Meninos Cantores de Hamburgo e pelo coletivo antirracista Jeholu. A regência será do maestro Luiz de Godoy, brasileiro radicado na Alemanha.
“O Luiz vê a missa como uma peça que se aproxima da música italiana, sai do classicismo em direção ao mundo da ópera que começa a se organizar no Rio de Janeiro da primeira metade do século 19”, diz Claudia Toni, que assina a curadoria ao lado do pianista brasileiro Cristian Budu.
Ele, por sinal, também estará em um interessante programa, no qual vai interpretar o Concerto nº 3 para Piano e Orquestra de Beethoven em uma versão para quinteto de cordas. Os músicos integram o São Paulo Chamber Soloists, que também vai tocar com um dos principais nomes da nova geração do violão brasileiro, Gabriela Leite – ela vai estrear obra criada por João Lopes.
Estão previstas outras duas estreias: o Quarteto Carlos Gomes fará a primeira audição de uma peça de Alexandre Lunsqui, e o grupo dinamarquês Carion, de uma obra do compositor Rodrigo Morte.
Para o público infantil, haverá o espetáculo Baderna Moderna. “É um programa de música contemporânea para as crianças”, explica Claudia. “Vão trabalhar com diferentes linguagens, projeções, prepararam um roteiro. Precisamos dar esses passos e provocar os músicos a produzir seus espetáculos, a pensar em maneiras de falar com o público.”
Formado para o festival, o grupo Sampaensemble vai apresentar programa dedicado à música vocal, concebido por Ricardo Ballestero.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.