• Família de Maria Thereza ainda aguarda respostas semanas após morte da bebê

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  • 07/06/2022 18:57
    Por João Vitor Brum

    Já se passaram mais de duas semanas desde a morte da pequena Maria Thereza Vitorino Ribeiro, de apenas um ano, que teria engasgado com um pedaço de maçã em um Centro de Educação Infantil da Prefeitura de Petrópolis, mas até hoje a família da criança aguarda respostas sobre o que aconteceu de fato na tarde do dia 20 de maio, quando a menina foi hospitalizada. A mãe de Maria Thereza denuncia que suas advogadas estão enfrentando dificuldades para ter acesso ao laudo de autópsia da criança e às imagens de segurança do CEI, e alega, ainda, que até hoje o prefeito Rubens Bomtempo não entrou em contato com a família para dar algum tipo de acolhimento ou assistência após o ocorrido.

    A mãe de Maria Thereza, Kerolaine Vitorino, destaca que um dos fatos que mais causam revolta para ela e seu companheiro, pai da criança, é a creche estar funcionando normalmente após a morte da criança, inclusive com uma festa marcada para o fim de junho, sem que a família tenha respostas concretas sobre o que aconteceu.

    “Acho um absurdo o CEI estar funcionando normalmente. Dia 30 de junho tem festa junina, e minha filha está morta. É justo isso? Não consigo imaginar como conseguem trabalhar com a consciência tranquila, sei que não tiverem intenção em matar minha filha, mas houve negligência sim. Tem uma testemunha que presenciou a total falta de preparo da equipe para socorrer uma criança, a demora em levá-la para a Upa. Se tivesse sido na nossa casa, a gente estaria sendo massacrado na internet. Se fosse filho do prefeito, será que demoraria tanto para ter uma resposta?”, indagou Kerolaine, ressaltando, ainda, que a família não recebeu nenhum acolhimento por parte do prefeito.

    “Minha revolta é o prefeito não ter dado as caras. Tivemos reunião na Câmara, na Prefeitura, mas o prefeito nunca conversou com a gente, seja pessoalmente ou por outros meios. Não queria mais expor isso, porque só de lembrar fico muito triste, mas preciso, porque não tenho repostas e só consigo alguma informação quando busco a imprensa. Não é questão de indenização, nada disso, eu só quero saber a verdade. Quero saber o que aconteceu com a minha filha”, disse a mãe de Maria Thereza, emocionada.

    Kerolaine também conta que as advogadas da família estão enfrentando problemas em conseguir acesso às imagens das câmeras de monitoramento da creche e também ao laudo de autópsia de Maria Thereza. O corpo da criança foi exumado no dia 23 de maio, um dia após seu falecimento.

    “Há 16 dias minha filha foi exumada e ainda não temos o laudo da autópsia. Nossas advogadas não conseguem acesso, têm tido dificuldade pra ter acesso às filmagens, ao laudo. Não sabemos se está pronto ou não. Qualquer um no nosso lugar, como pais, têm o direito de saber a verdade. Não adianta tentar abafar. Vou lutar até o fim pra saber a verdade. São dias muitos difíceis, sentimentos muita falta da nossa filha. Entregamos a Maria bem na creche, e nunca mais vi minha filha com os olhos abertos. Não vou sossegar enquanto não tiver uma resposta”, completou Kerolaine.

    Na última sexta-feira, 3, a Polícia Civil informou à Tribuna que, de acordo com a 105ª DP, os agentes aguardam o resultado do laudo de necropsia. Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas e mais de dez testemunhas foram ouvidas. Diligências seguem em andamento para esclarecer todos os fatos. Nesta terça-feira (07), a Tribuna questionou novamente a Polícia Civil sobre o andamento do caso, mas até o fechamento não obtivemos resposta.

    O que diz a Prefeitura:

    A Prefeitura de Petrópolis informou ao jornal que a sindicância para apurar os fatos ocorridos no CEI Carolina Amorim foi aberta e está em andamento. Disse que as aulas retornaram no último dia 30, após reuniões com pais dos alunos. A educadora cumpre licença médica.

    De acordo com a Prefeitura, desde o primeiro momento, o governo municipal prestou todo o auxílio possível, por meio da secretária de Educação, Adriana de Paula; do procurador-geral do município, Miguel Barreto; e do coordenador especial de Articulação Institucional, Rafael Simão, e inclusive prestou assistência psicológica. A Prefeitura também disse que se colocou à disposição para auxiliar a família no que fosse necessário e nega que uma festa junina será realizada na unidade.

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