• Rússia: decisão dos EUA de fornecer foguetes à Ucrânia eleva risco de confronto

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 01/06/2022 13:01
    Por Redação / Estadão

    A Rússia criticou duramente nesta quarta-feira, dia 1°, a decisão dos EUA de fornecer sistemas avançados de foguetes e munições para a Ucrânia, afirmando que Washington está “jogando gasolina no fogo” e alertando para o risco de um conflito direto entre as duas superpotências.

    “Acreditamos que os EUA estão deliberadamente jogando gasolina no fogo. Os EUA estão obviamente mantendo a linha de que lutarão contra a Rússia até o último ucraniano”, declarou o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov a repórteres.

    O presidente americano, Joe Biden, anunciou na terça-feira (31), em um artigo publicado no site do The New York Times, que fornecerá sistemas modernos de armamento para que a Ucrânia “possa lutar no campo de batalha e estar na posição mais forte possível na mesa de negociações”.

    Os sistemas de foguetes e munições estariam incluídos em um pacote de ajuda militar de US$ 700 milhões (cerca de R$ 3,3 bilhões) que deve ser divulgado nesta quarta-feira. Altos funcionários do governo disseram que a Ucrânia deu garantias de que os mísseis HIMARS (abreviação de High Mobility Artillery Rocket System) não seriam usados contra alvos dentro da Rússia.

    Também nesta quarta-feira, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Riabkov, disse à agência de notícias estatal RIA Novosti que Moscou vê a ajuda militar dos EUA à Ucrânia “extremamente negativa”.

    Quando questionado sobre a perspectiva de um confronto direto entre os EUA e a Rússia, o vice-chanceler disse: “quaisquer remessas de armas que continuem (a chegar à Ucrânia), que estejam em ascensão, aumentam os riscos de tal desenvolvimento”.

    Riabkov também culpou Washington pela escalada das hostilidades na Ucrânia. “Os EUA não fazem nada no interesse de encontrar algum tipo de solução. Foi exatamente o mesmo por muitos anos antes do início da operação militar especial”.

    O presidente Vladimir Putin lançou o que a Rússia chama de “operação especial” em 24 de fevereiro para desarmar e “desnazificar” a Ucrânia. A Ucrânia e seus aliados ocidentais chamam isso de pretexto infundado para uma guerra de agressão não provocada.

    Novo pacote de ajuda militar

    Seguindo a decisão americana e atendendo aos repetidos pedidos das autoridades ucranianas por mais armamentos, países europeus começam a se mobilizar para enviar novos carregamentos de material bélico para Kiev.

    Nesta quarta-feira, o chanceler alemão Olaf Scholz afirmou que fornecerá à Ucrânia mísseis antiaéreos IRIS-T SLM e sistemas de radar. Aos legisladores alemães, Scholz afirmou que enviará o sistema de defesa aérea “mais moderno que a Alemanha possui”. “Com isso, permitiremos que a Ucrânia defenda uma cidade inteira dos ataques aéreos russos”, disse o chanceler.

    As armas ocidentais têm sido fundamentais para o sucesso da Ucrânia em frustrar as forças armadas muito maiores e mais bem equipadas da Rússia. A resistência de Kiev até o momento impediu a tomada da capital pelos soldados russos, forçando Moscou a mudar o foco para a região de Donbas.

    (Com agências internacionais).

    Últimas