• Vale do Cuiabá: depois da tragédia, Parque do Piabanha nunca saiu do papel

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  • 13/01/2018 11:00

    Após o dia 12 de janeiro de 2011, os moradores da região do Vale do Cuiabá, Laginha e Itaipava ouviram muitas promessas e projetos, como o Parque Fluvial. O único problema é que os recursos nunca chegaram a Itaipava ou foram mal aplicados, mas serviram para criar polêmica e deixar a população atingida pela enxurrada apreensiva e com suas casas condenadas.

    Dois anos depois da tragédia, no dia 31 de janeiro, uma reunião com os moradores, o governo passado e a ex-presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, o projeto do Parque Fluvial foi motivo de discórdia. Respondendo aos questionamentos ela disse que cumpria uma exigência do governo federal, que somente liberaria os recursos se a margem do rio estivesse totalmente desocupada e por isso é que o Inea agia com determinação para retirar as famílias.

    O problema é que, em 2012 e 2013 e nos anos seguintes houve uma grande pressão para que os moradores, cujas casas estavam marcadas fossem demolidas. O processo não teve êxito, pois o Inea alegou falta de recursos e os trabalhos foram paralisados, a dragagem dos rios ficaram a desejar e o Parque Fluvial não saiu do papel. A única promessa da ex-presidente do Inea cumprida foi que “quem for para o aluguel social fica nele até receber a casa que será construída pelo Estado”. Isto faz sete anos e 262 famílias aguardam até hoje as casas.

    Este e outros problemas, como a demora para construção de pontes, foi denunciado pela Comissão Especial de Acompanhamento das Chuvas, que até dezembro de 2016, teve como presidente o vereador Silmar Fortes, atualmente secretário de Saúde. Em vários relatórios, a comissão formada por técnicos de vários órgãos e do Ministério Público Estadual apresentaram relatórios cobrando dos poderes públicos a conclusão das intervenções e apoio as famílias. 

    A reportagem da Tribuna esta semana, ao vistar a comunidade Buraco do Sapo, constatou que uma das pontes ainda aguarda obras de conclusão e com isso, a população local, como relatou um dos moradores, vive constantemente o perigo de alguém cair, seja carro ou pedestre. A Comissão Especial de Acompanhamento das Chuvas, assim como a Frente Pró-petrópolis (FPP) e o Ministério Público Estadual (MPE), não deixar cair no esquecimento os problemas do Vale do Cuiabá. 

    Apesar de todas as cobranças e encaminhamentos realizados, com ofícios enviados e entregues pessoalmente ao ex-governador Sergio Cabral, que está preso, e ao atual governador Luiz Fernando Pezão, nada aconteceu ações como a construção de pontes nunca foram concluídas. No dia 20 de abril de 2015, o governador Pezão visitou a comunidade do Buraco do Sapo.

    A visita foi marcada pelo desencontro de informações entre os membros do governo estadual que chegaram a discordar publicamente das ações anunciadas pelo governador. Apesar das divergências, inclusive com representantes da comunidade, Pezão confirmou a construção das pontes. Foi mais uma promessa que não se cumpriu e o governador nunca mais voltou na comunidade. Esta semana, ele recebeu a Comissão da Tragédia da Região Serrana e fez novas promessas, desta vez sobre a licitação para construção de casas. Só tem um detalhe, o governador disse para os membros da comissão que depende da liberação de recursos do governo federal.

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