Operação conjunta é realizada em sete municípios do Rio para desarticular grupo especializado em desvio de cargas
Uma operação conjunta entre o Ministério Público do Rio e a Polícia Civil está sendo realizada nesta quarta-feira (01) para desarticular grupo especializado em desvio de cargas. Estão sendo cumpridos 21 mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Magé, Nova Iguaçu, Mesquita, Seropédica e Piraí.
De acordo com as investigações, o grupo criminoso atuava comunicando falsos roubos de cargas para encobrir um esquema fraudulento. Desse modo, houve crime de furto qualificado de 200 toneladas de resina PET PCR (Pós-Consumo Reciclada) da CPR Indústria e Comércio de Plásticos, localizada em Xerém, Duque de Caxias. A CPR é uma empresa especializada na fabricação da resina PET PCR, e possui a maior produção de garrafas PET do Brasil, em torno de 100 milhões de garrafas por mês.
Além dos furtos ocorridos no interior da empresa CPR, foram identificados três supostos roubos de carga, dois deles ocorridos nos estados de Minas Gerais e São Paulo. Foram identificados dois núcleos: funcionários da própria empresa CPR e empresários proprietários de transportadoras e motoristas, cooptados para noticiarem falsamente o crime de roubo. O prejuízo financeiro suportado pela empresa CPR é de cerca de R$ 3 milhões.
A 1ª Vara Criminal de Duque de Caxias decretou outras medidas cautelares, além de inclusão de 12 carretas no sistema Renajud, de restrições judiciais sobre veículos automotores. O objetivo é de resguardar o posterior sequestro de bens. O Juízo deferiu também o compartilhamento de provas, já que foram descobertos outros 15 registros de ocorrência relativos a falsos roubos, quando na verdade ocorreram desvios de cargas.
De acordo ainda com o MP foi identificado vínculo associativo criminoso de integrantes do grupo com outros investigados que estão envolvidos em outras fraudes relacionadas a “tombos de carga”, principalmente de alumínio e ferro, ocasionando um prejuízo ao setor de R$ 2 milhões.
Uma das formas de atuar da associação criminosa funcionava do seguinte modo: empresas publicavam cargas e fretes em uma plataforma online de transporte rodoviário de carga enquanto os motoristas procuravam fretes compatíveis com seus veículos. Após a negociação do frete e carregamento do caminhão, outro motorista assumia a direção do veículo e desviava a carga para os receptadores. Já o primeiro motorista ficava como responsável por comparecer em sede policial para realizar um registro de ocorrência, afirmando que teria sido roubado.
As fraudes cometidas pelo grupo ocasionam a supernotificação dos indicadores de roubo de carga, afetam negativamente o setor produtivo, elevando os custos relativos ao frete, gerando perda de competitividade.