Lançado ao Planalto, Bivar admite que União Brasil abriga bolsonaristas e diz que são minoria
O União Brasil lançou nesta terça-feira, 31, a pré-candidatura presidencial de Luciano Bivar ao Palácio do Planalto. O evento aconteceu em meio às tentativas do presidente Jair Bolsonaro (PL) de tentar o apoio da legenda. Bivar, que é presidente nacional do União Brasil, reconheceu que existe uma ala de sua legenda que vai apoiar Bolsonaro logo no primeiro turno da eleição, mas disse que esse grupo representa uma minoria na legenda.
“Claro que existe dentro do nosso guarda-chuva democrático alguns pensamentos, mas você está falando de um pingo de vinho em uma longa toalha branca de linho”, afirmou.
Como mostrou o Estadão, apesar de o União lançar Bivar como pré-candidato ao Planalto, integrantes do partido foram liberados para apoiar o presidente Bolsonaro. A avaliação é que a iniciativa de entrar na disputa presidencial é uma estratégia da legenda para poder negociar apoio a Bolsonaro mais adiante.
O presidente da legenda, no entanto, negou que vai retirar sua pré-candidatura. “Isso não vai, de forma nenhuma, prender, segurar a nossa determinação de ser o grande responsável por nosso País a partir de 2023?, afirmou.
O evento contou com a participação dos principais representantes do novo partido, que foi formado com a fusão entre DEM e PSL. Estiveram presentes nomes como o do secretário-geral da legenda, ACM Neto, do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e do ex-ministro Sérgio Moro.
O ex-juiz, que foi pré-candidato ao Planalto, e hoje negocia uma candidatura em São Paulo, participou de uma cena inusitada ao sentar próximo do ex-governador do Rio Anthony Garotinho, agora seu colega de legenda e que chegou a ser preso cinco vezes.
A mesa principal do evento também contou com a participação de pré-candidatos a governadores. As únicas mulheres a sentar junto com a cúpula do partido foram a senadora Soraya Thronicke (MS) e a deputado Rose Modesto (MS), pré-candidata a governadora.
Durante o lançamento faltou luz três vezes. O ato político também aconteceu em meio a uma falta de empolgação por parte dos integrantes da legenda. ACM Neto, Ronaldo Caiado e Sérgio Moro não discursaram. Os próprios militantes do partido gritavam com mais entusiasmo os nomes dos pré-candidatos a deputado distrital Eduardo Pedroza, Rodrigo Totti e Alex Carreiro do que o de Bivar.
Em seu discurso, o pré-candidato do União ao Planalto fez críticas indiretas ao governo de Bolsonaro e também ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Eu não acho justo que os brasileiros vivam entre uma ameaça autoritária e outra populista”, disse.
Em outra crítica a Bolsonaro, Bivar também criticou a atual situação econômica do Brasil. “Você aceita o País do jeito que está hoje? Com inflação, a pessoa simples não tem dinheiro para botar o filho para estudar, o marido desempregado. Isso nós não aceitamos”, afirmou.
O presidente do partido comentou sobre a reforma tributária e defendeu a unificação de impostos. Bivar também prometeu isentar da cobrança do Imposto de Renda quem ganhasse até R$ 6 mil.
O deputado de Pernambuco negou que sua candidatura tenha o objetivo de dividir a terceira via. PSDB, MDB e Cidadania também tentam construir uma candidatura alternativa a Lula e Bolsonaro, mas o União Brasil desembarcou do grupo.
“Não fizemos fratura nenhuma. O que nós entendemos é que o União Brasil é o único partido que está unido em torno de sua pré-candidatura. Outros partidos não estão e oxalá que estejam amanhã, mas meu sentimento é que não estarão até agosto”, falou.