• Casa Stefan Zweig e Prefeitura fazem parceria para a construção de praça

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  • 12/01/2018 09:35

    A Casa Stefan Zweig, instituição cultural que ocupa o imóvel em que o escritor austríaco morou em Petrópolis – Rua Gonçalves Dias, no Valparaíso – anunciou ontem ao prefeito Bernardo Rossi, que vai participar, em parceria com a Prefeitura de Petrópolis, do desenvolvimento e execução do projeto de construção da praça, aprovada por lei municipal, que terá o nome do autor. A praça será construída na Rua Oscar Weinscheinck, no terreno entre as Ruas da Imperatriz e Irmãos D'Angelo.

    O espaço, pertencente aos descendentes da Família Imperial, foi cedida à Prefeitura, pelos príncipes Dom Pedro Gastão e seu irmão Dom João. A Prefeitura não utilizou a área, mas a doação foi confirmada em dezembro pelos descendentes dos antigos proprietários, para que ali seja construída a praça. Representando a Família Imperial, Francisco de Orleans e Bragança participou da reunião e elogiou a participação da Casa Stefan Zweig no esforço para transformar o espaço em praça e entregá-la à população petropolitana. 

    Para o vice-presidente da Casa Stefan Zweig, José Luiz Alqueres, o nome escolhido para a praça tem grande peso não só em Petrópolis como também em todo o mundo. “Stefan foi uma figura muito importante não só na dramaturgia, como também na vida das pessoas em si. A palavra dele sempre foi a tolerância, o respeito às diferenças, e com isso ele se fortaleceu muito, representando para nós uma espécie de sopro do humanismo, cada vez mais necessário nesses dias atuais. Então, nós ficamos muito felizes em poder ter uma praça com o nome dele na cidade. E acima de tudo, em poder ajudar o município a planejar e construir esse bem público”, explicou José Luiz. 

    A instituição da qual Alqueres é vice-presidente é formada por intelectuais dedicados ao estudo, preservação e valorização da história e cultura do escritor austríaco, exilado no Brasil, que viveu em Petrópolis durante muitos anos. “A Casa cultiva memória desse escritor, que era na época um grande bestseller mundial, e muito engajado na questão do pacifismo. Ele era um refugiado da Europa, judeu, perseguido pelos nazistas. O imóvel que ele morou foi adquirido por um grupo de simpatizantes dessa ideia, e hoje virou um centro cultural que cultiva não só a memória dele, como também a memória de todos os exilados por problemas políticos, que acabaram vindo para o Brasil”, contou Alqueres. 

    Sobre a construção da praça, Alqueres ressaltou o importante papel da Família Imperial na cessão do terreno ao município. “A Prefeitura foi muito sensível ao dar o nome de Zweig a um espaço público com o nome dele. E a Família Imperial Brasileira mais ainda, de ter cedido esse espaço para que a praça fosse construída. Era um lugar originalmente de Dom Pedro Gastão e Dom João, seu irmão, que hoje poderá se tornar um espaço integrado para uma coisa muito legal para a cidade”, completou José Luiz.

    O projeto da praça será elaborado pelo arquiteto e artista plástico Mario Azevedo, renomado internacionalmente. O próximo passo será a liberação de licenças junto às instituições de preservação do patrimônio, para que tudo seja feito de acordo com as normas da cidade, sem afetar negativamente as paisagens históricas da cidade. “O prefeito já assinou a mensagem já aprovada. Vamos correr para obter licenças do patrimônio e elaborar projeto bacana!”, completou Alqueres. A previsão, segundo ele, é que as obras fiquem prontas no próximo semestre.

    A construção da praça pode ajudar a cidade a conquistar um outro espaço. O terreno de um casarão, vizinho à área da praça, ocupa o recuo obrigatório destinado à calçada de pedestres da Rua Irmãos D'Angelo. O recuo pode ser exigido, segundo especialistas, porque os proprietários transformaram o imóvel, que era residencial, em comercial, com a instalação de um estacionamento, e abriram um portão na Irmãos D'Angelo. O desrespeito ao recuo estabelecido em lei deixa sem calçada para pedestre um trecho da rua, no coração do Centro Histórico.



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