Além dos produtos com novas nomenclaturas, agora o consumidor deve também se atentar ao tamanho da mercadoria que está levando para casa. Isso porque as empresas estão reduzindo o tamanho das embalagens dos produtos, pelo mesmo preço de antes.
Para o economista Gastão Reis, essa é uma técnica que as empresas estão usando para tentar contornar a inflação alta que o Brasil está vivendo no momento. As empresas partem dessa iniciativa para não aumentar significativamente os preços.
“Do ponto de vista da economia, essa é uma estratégia que a gente poderia chamar de ‘perna curta’. O que está acontecendo tem a ver com o seguinte sentido: se você compra o que você precisa, em termos de quantidade, com 10% a menos, dá pra você apertar um pouco o cinto e conviver com isso e, pelo menos, não gastar mais. Mas, na medida que isso for se avançando, você vai pagar o mesmo por 20% ou 30% a menos (na quantidade). É óbvio que isso não tem uma sustentação de longo prazo”, explica o economista.
Para Gastão, as empresas estão reduzindo o tamanho dos produtos levando em conta a tendência de alta progressiva da inflação. O economista diz que se isso ocorrer, de alguma forma, o problema vai ser superado com essa “meia mágica” e depois, com a inflação controlada, não seria mais necessário continuar recorrendo a esse expediente de reduzir a quantidade e manter o preço, que é uma forma da empresa ter algum ganho.
Pode ou não reduzir o tamanho dos produtos?
Segundo Jorge Badia, coordenador do Procon, não há ilegalidade em diminuir o tamanho e a composição dos produtos, mas o fabricante tem que informar a mudança com três meses de antecedência, de forma clara e com destaque. Além disso, as embalagens também devem conter esses avisos.