Fundação Cecierj promove evento que vai discutir a relação entre literatura e ciência
O que será que “Game of Thrones” e “Harry Potter” têm em comum com a obra de um premiado escritor português? E uma escritora da Baixada Fluminense, especialista em mercado do livro, com um pesquisador da produção literária de países africanos de língua portuguesa? As respostas serão descobertas no seminário ‘Arte e Ciência: diálogos possíveis – Literatura e Ciência’, promovido pela Fundação Cecierj. O encontro desses estudiosos acontecerá, nesta quarta-feira (25), às 19h, em uma transmissão pelo canal Eureka! no Youtube.
A atividade faz parte da preparação para a segunda edição da Olimpíada de Ciência e Arte da Fundação Cecierj, que é voltada para estudantes do 4º ao 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas municipais, estaduais, federais e privadas bem como a seus professores. Ano passado, o evento, que aconteceu de forma virtual, reuniu quase 100 alunos de 22 escolas localizadas em dez municípios.
“A Olimpíada é uma das iniciativas mais bacanas de divulgação científica do nosso estado, pois é voltada para jovens estudantes e seus professores e envolve toda a comunidade escolar. Já essa etapa preparatória traz para o público em geral um conceito que é trabalhado no evento: a relação entre ciência e arte, que vamos descobrindo nesses seminários”, comentou o presidente da Fundação Cecierj, Rogerio Pires.
O primeiro webseminário, que aconteceu em abril, explorou a música a partir de diferentes pontos de vista. Já para debater a relação entre ciência e literatura, o seminário contará com a participação do premiado escritor lusitano, Nuno Camarneiro, que vai falar sobre seu mais recente livro ‘O que veem as estrelas’; a escritora e especialista em mercado do livro, Hanny Saraiva, que abordará o processo de escrita e a literatura infantil na apresentação de temas como o respeito às diferenças.
Completam a mesa, o mestre em Ciências e criador do canal Herbologia e Poções, Helder Carvalho, que apresentará como as obras “Game of Thrones” e “Harry Potter” podem ser lidas na perspectiva das ciências; o poeta e mestre em Literaturas, Pedro Paulo Machado, que exibirá um panorama da produção literária de países africanos de língua portuguesa; e o físico e professor Kim Ramos, que contará como associa textos literários a temas científicos nas aulas.
“Esses seminários trazem a identidade da Olimpíada. Não por acaso foram nomeados ‘Arte e Ciência: diálogos possíveis’. A ideia é apresentar e discutir temas a partir de múltiplos pontos de vista, envolvendo diferentes atores sociais em torno de um assunto em comum. A seleção dos palestrantes é sempre um desafio por várias razões, mas é algo compensador. O resultado tem sido a composição de falas diversas, plurais e inspiradoras”, destacou a coordenadora da Olimpíada Arte & Ciência, Thelma Lopes.
Criador do canal Herbologia e Poções, Helder Carvalho conta que a iniciativa nasceu por meio de sugestões dos estudantes da graduação que queriam que ele compartilhasse nas redes as aulas repletas de ciência e arte que ministrava. Atualmente, o canal está sendo objeto de estudo do doutorado de Helder, que integra o grupo de estudos Anime, Mangá, Ficção Científica e Cultura Pop no Ensino de Ciências (AMSEC-POP), conduzido pela professora Anunciata Sawada, da Fiocruz.
“Os universos ficcionais de fantasia que encontramos em obras literárias produzidas, por exemplo, pela J.K. Rowling, George R.R. Martin, J.R.R. Tolkien são cativantes e perpassam gerações. Quando provocamos o raciocínio do estudante a pensar nesses universos ficcionais pela perspectiva da ciência, estamos garantindo um engajamento adicional para o aprendizado. Com isso, estudar zoologia em paralelo à Magizoologia do bruxo Newt Scamander fica ainda mais divertido. Aprender que as enzimas em nosso corpo possuem famílias famosas, tal qual os Stark e os Targaryen de Game of Thrones, é encantador”, explicou Helder Carvalho, que deixa um convite para o público:
“Estou preparando alguns ingredientes mágicos para o evento de quarta-feira e já adianto que os alunos da Lufa-Lufa, Corvinal, Sonserina e Grifinória que comparecerem irão arrecadar pontos para a Taça das Casas. Pretendo apresentar minhas experiências na graduação envolvendo esse diálogo tão proveitoso em Literatura, Ciência e Arte e contar como tem sido o retorno dos estudantes sobre esse processo”.